Antiga estagiária da Casa Branca tornou-se ativista. Em "American crime story" relembra o caso com Bill Clinton.
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Aos 48 anos, Monica Lewinsky traz à baila o escândalo que atingiu a Casa Branca, à conta do relacionamento com o então presidente americano, quando era estagiária. O caso ocorreu na década de 1990 e é o mote da terceira temporada da série "American crime story", que estreia a 7 de setembro na Fox, com o nome "Impeachement".
A pretexto do documentário, a agora ativista social deu uma entrevista à CNN, confessando que teve "ideias suicidas" durante a investigação do escândalo, numa reflexão sobre os problemas de saúde mental com que lidou. "Simplesmente não conseguia ver uma saída. E pensei que talvez essa fosse a solução", recordou.
Durante uma conversa com David Axelrod para o podcast "The Ax files", Monica contou que, na altura, começou a ser seguida por um psiquiatra forense e isso ajudou-a a superar a angústia. "Tive sorte", reconheceu. Já em 2014, num artigo na "Vanity Fair", Lewinsky assumia que embora tivesse tido "fortes tentações suicidas durante a investigação e um ou dois períodos depois", nunca tentou pôr fim à vida.
Personagem e produtora
Nos últimos anos, o movimento #MeToo fez Monica Lewinsky olhar para o que lhe aconteceu com outros olhos. Depois de ter lutado para que o caso não definisse a sua vida, reconheceu que o trabalho que fez para a nova série lhe deu forças para recuperar o curso da própria história. "A minha narrativa foi roubada e eu perdi ao tentar fugir de tudo o que tinha acontecido por muitos anos", frisou, antes de perceber que o caminho passava por enfrentar o passado.
Todo o guião passou pelas suas mãos, até mesmo as cenas mais embaraçosas com Bill Clinton, o homem casado por quem se interessou. Ser personagem e produtora não foi fácil e, por isso, recentemente, teve de fazer mais terapia. Para ela, o objetivo do projeto passa por "garantir que o que aconteceu não voltará a suceder com nenhuma outra jovem".
Mónica saiu do anonimato em janeiro de 1999. Na sequência do affair de 18 meses com o então presidente dos EUA, foi perseguida e vítima de cyberbullying. Ainda hoje, são muitas as pesquisas sobre o vestido azul manchado, que serviu para provar que Clinton mentiu quando negou a relação, mas também há quem queira saber se é casada ou o valor do seu património. Solteira, tem uma fortuna calculada em 1,5 milhões de dólares.