Um mês após ter sido pública a notícia que estaria a lutar contra um cancro em estágio avançado, a atriz brasileira Marília Pêra morreu, este sábado, aos 72 anos, na sua casa, no Rio de Janeiro, Brasil.
Corpo do artigo
Recorde-se que, no último ano, a artista ainda lidou com um desgaste ósseo na região lombar que a afastou da representação.
Marília Soares Pêra nasceu a 22 de janeiro de 1943, no bairro do Rio Comprido, no Rio de Janeiro.
Num depoimento ao site Memória Globo, a atriz contou que se "estreou" aos 19 dias de vida: "Minha mãe diz que eu entrei no colo de uma atriz, amiga dela, numa peça em que precisavam de um bebé".
O início oficial da carreira artística, contudo, começou com apenas 4 anos de idade, num espetáculo em que partilhou uma cena com os pais, Manoel Pêra e Dinorah Mazullo. Na montagem de "Medeia", de Eurípedes, encenada pela Companhia de Henriette Morineau, atuou como uma das filhas da personagem principal.
Marília Pêra participou em novelas de grande sucesso como "Beto Rockfeller" (1968), "Uma rosa com amor" (1972), "Brega & Chique" (1987), "Cobras & Lagartos" (2006), "Ti-Ti-Ti" (2011) e nas séries "O Primo Basílio" (1988) e "Os Maias (2001), dois dos seus trabalhos favoritos.
No cinema, Marília Pêra destacou-se em "Pixote, a lei do mais fraco" (1980), de Hector Babenco; "Bar Esperança" (1983); de Hugo Carvana; "Anjos da noite" (1986), de Wilson Barros; "Dias melhores virão" (1988) e "Tieta do Agreste" (1995), de Cacá Diegues; "Central do Brasil" (1996), de Walter Salles; e "O Viajante" (1998), de Paulo César Saraceni.
No teatro, ganhou duas vezes o Prémio Molière (Brasil): em 1974, por "Apareceu a Margarida", e em 1984, por "Brincando em cima daquilo".
Como diretora, esteve por trás de uma das peças de maior sucesso do Brasil, "Irma Vap", que ficou em cartaz por mais de dez anos, com Marco Nanini e Ney Latorraca como protagonistas.