Aos 40 anos, o comediante e argumentista avançou com o sonho de dar a conhecer as ilhas da terra onde nasceu. Assim nasceu a série "Mal-amanhados".
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Luís Filipe Borges mergulhou no desafio de mostrar ao mundo as riquezas do arquipélago dos Açores, de onde é natural. Foi quando fez 40 anos e decidiu "agilizar o sonho" nascido nos corredores da Faculdade de Direito, em Lisboa, com o amigo Nuno Costa Santos. O terceirense Borges juntou-se ao micaelense Santos durante "três anos de trabalho, em que um ano e meio foi de pré-produção, ou seja, correr capelinhas, bater a portas, para reunir apoios para avançar", recorda. O resultado foi a série "Mal-amanhados: Os novos corsários das ilhas", que estreou a 13 de fevereiro na RTP1.
O projeto percorreu as nove ilhas "numa área Atlântica de mais de 600 quilómetros", sublinha o comediante e argumentista, reconhecendo que foi "uma aventura com bastantes riscos".
"Mal-amanhados" é uma "expressão que, não sendo exclusiva, é muito usada nos Açores e significa uma coisa feita à pressa, a desenrascar", explica. Mas a verdade é que não foi à pressa que os dois "corsários" naturais de ilhas rivais, que se intitularam assim em homenagem ao escritor Vitorino Nemésio, deram corpo a um guião cheio de significado, e que também deu forma a um livro lançado no último Natal.
Luís Filipe Borges acredita que este é o projeto da sua vida, até porque se trata do primeiro projeto em televisão que não existiria sem ele. No pequeno ecrã, como apresentador, conduziu "A revolta dos pastéis de nata", "Sempre em pé" e, durante mais tempo, o "5 para a meia-noite". Por isso, "tenho a certeza que um dia vou ter saudades de fazer um talk show, mas ainda não tenho. E adorava um dia sentar-me a conversar com o Miguel Esteves Cardoso".
Realizado como pai
A 11 de janeiro, Luís Filipe Borges estreou-se na paternidade com o nascimento de Tomé, fruto do casamento com Sara Santos. O filho já o inspira a dissertar sobre o assunto para um site, depois de a mulher o ter desafiado a escrever, todos os meses, cartas para o menino ler quando fizer 18 anos. "Estou imensamente feliz. Apesar das poucas horas de sono, das poucas horas que sobram para trabalhar, parece que há uma injeção de adrenalina e, então, a pessoa está sempre pronta. E as horas que tenho são rentáveis".
Atualmente, a família está a viver em Porto Covo, no Alentejo, "com campo nas costas e mar à frente", enquanto a nova casa na margem sul não está concluída. Na nova morada, Luís sente-se "quase nos Açores", que pretende visitar em abril, até para a mãe conhecer o neto. v