Filho da princesa desaparecida em 1997 e do rei Carlos III conta como lidou com o falecimento da mãe na autobiografia "Na sombra".
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A partir de hoje, quem quiser pode folhear e ler na íntegra o livro "Na sombra", no qual o príncipe Harry partilha vivências e memórias. De antemão, o duque de Sussex abriu a obra em conversa com o jornalista norte-americano Anderson Cooper, no programa "60 minutos", anteontem, na CBS.
Entre outros assuntos, alguns deles vindos a público nos dias anteriores, adensando a polémica em redor da família real britânica, o filho mais novo do rei Carlos III e da princesa Diana recordou a perda da mãe, admitindo que ele e o irmão, o príncipe William, acreditaram durante "muitos anos" que ela teria fingido a própria morte e que, um dia, voltaria. "Recusei-me a aceitar que ela tinha desaparecido", confessou.
Como é sabido, Diana perdeu a vida num acidente de carro em Paris, França, em agosto de 1997, quando era perseguida por paparazzi. Harry tinha 12 anos e William 15 e o caso foi alvo de extensas investigações, alimentando teorias de conspiração que perduram. O príncipe chegou a julgar que "tudo aquilo fazia parte de um plano" e assim alimentou a esperança, como o irmão mais velho.
Aos 23 anos, de visita à capital francesa, Harry pediu a um taxista que o levasse ao túnel onde tudo aconteceu e à mesma velocidade em que seguia a viatura que transportava Diana e o seu companheiro de então, Dodi Al-Fayed. "Preciso de fazer esta viagem, preciso de percorrer o mesmo percurso", relembrou durante a entrevista.
Estas declarações são descoroçoantes: Harry notou que "havia tantas lacunas no caso" e que, nas fotos que documentam a fatídica colisão, só se via "a parte de trás da cabeça" da mãe, "caída no banco do carro". Faltavam-lhe provas de que ela estava mesmo ali. "A última coisa que a mamã viu foi um flash", lê-se no livro hoje lançado.
Camilla era "a vilã"
Perante Anderson Cooper, Harry explicou porque, na obra, descreve a madrasta Camilla, agora rainha consorte, como "perigosa". "Por causa da necessidade dela de reabilitar a sua imagem... Isso tornou-a perigosa devido às ligações que ela estava a forjar com a Imprensa britânica. E ambos os lados trocavam informações", detalhou. Para o príncipe, "ela era a vilã, era a terceira pessoa [no casamento dos pais]... Ela precisava de reabilitar a sua imagem pública".
Reconheceu ainda que ele e William chegaram a pedir a Carlos para não se casar com Camilla. No entanto, queriam "que ele fosse feliz" e diz terem visto "como ele estava feliz com ela", afirmou durante a entrevista que a SIC Notícias vai transmitir em duas partes, já no próximo fim de semana.