No dia do funeral de príncipe Filipe, um olhar sobre outros cônjuges de monarcas. Para a maioria, o papel não se esgota no título.
Corpo do artigo
Príncipe Filipe foi o consorte britânico que mais tempo esteve em funções, vivendo na sombra da rainha Isabel II até morrer, a semana passada, com 99 anos, não sem antes atingir um alto índice de popularidade. O seu funeral é este sábado, sem honras de Estado.
Como hierarquicamente o posto de rei é normalmente superior ao de rainha, ao cônjuge da rainha é dado o título de "príncipe consorte", mas sempre que algum título que não o de rei esteja na posse do soberano, a sua esposa é referida pelo equivalente feminino, como por exemplo "imperatriz consorte" ou "princesa consorte". Nos dias que correm, com várias princesas que nasceram plebeias, são agora apenas mulheres que se apresentam nesse papel real, provando que não é apenas acessório - e não é preciso ir muito longe para o confirmar.
Em Espanha, o papel de consorte cabe a Letizia, que se casou com príncipe Felipe em maio de 2004, dez anos antes deste ser proclamado rei. A antiga jornalista reivindicou para si uma agenda interventiva, preferindo ser tratada por "Senhora" em vez de "Majestade". No Mónaco, Charlene é a mulher do príncipe soberano Alberto, o que faz dela a primeira-dama do principado. A antiga nadadora assumiu o título de princesa consorte, cabendo-lhe sobretudo a função de acompanhar o marido, a par de atividades sociais e de caridade.
Nascida em Buenos Aires, Argentina, casada com o rei Guilherme Alexandre, Máxima da Holanda é a rainha consorte dos Países Baixos. Dona de uma forte personalidade, é uma voz ativa no Mundo sobre a importância da inclusão financeira para reduzir a pobreza. Matilde é a primeira princesa consorte belga nascida no próprio país e, ao lado do rei Filipe ou sozinha, representa a monarquia em visitas de Estado ou como anfitriã e ainda como patrono de instituições de caridade.
Silvia é a companheira na sorte do rei Carlos Gustavo da Suécia. Fluente em seis línguas - sueco, alemão, francês, espanhol, português e inglês -, sempre se associou a projetos sociais de relevo e, em 1999, fundou a World Childhood Foundation. Ao lado, Sônia é a mulher do rei Haroldo da Noruega, e a cumplicidade entre os dois sempre foi elogiada pelos súbditos.
Para lá da Europa
Fora do círculo europeu, na Jordânia, o estatuto pertence a Rania, a mulher do rei Abdullah II, que sempre se distinguiu por defender valores liberais, chocando com o conservadorismo do seu país. Em 1995 criou a Fundação Jordan River, para melhorar o acesso ao mercado de trabalho para as jordanas, e exerce grande influência nas redes sociais.
No Japão, que é uma monarquia constitucional, Masako assumiu-se imperatriz consorte em 2019, quando o marido Naruhito se tornou o 126.° imperador. Quando se casou, teve de abdicar de uma promissora carreira diplomática e a pressão de ter um filho varão provocou-lhe uma depressão, razão pela qual esteve afastada da vida pública durante alguns anos.
Com idades bastante diferentes e experiências de vida ecléticas, cada uma deixa marcas à sua maneira e, mais ou menos, à imagem da instituição que representa. No século XXI assiste-se a rasgos de inovação e também, numa época em que tanto se discute a igualdade de género, à emancipação de quem herda responsabilidades pelo casamento, sem perder a própria voz.
