Os reality shows não são de agora. "Eu, Georgina" é só o mais recente caso de sucesso num mundo recheado de documentários da vida real de cantores, influenciadores e, no geral, pessoas com poder económico e social.
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O documentário que segue o dia a dia da mulher de Cristiano Ronaldo estreou-se em 2022, na Netflix. Segue agora para uma segunda temporada, que se estreia hoje, na qual Georgina Rodríguez promete ser transparente sobre os vários problemas que a sua família tem sofrido nos últimos tempos.
Não que a vida desta superestrela seja de identificação fácil para a esmagadora maioria. Quase ninguém se reverá nos padrões sociais, económicos ou profissionais dos protagonistas, mas algo leva a que tantos espectadores consumam estas séries.
O caso das Kardashians
A vontade de seguir algo com o qual, em parte, não nos identificamos não é novo. O título do primeiro reality show da história é entregue ao conteúdo televisivo norte-americano "An american family" que, em 1973, seguiu uma família de classe alta num processo de divórcio. Desde aí, o formato tem-se repetido aqui e ali, mas é cada vez mais comum vê-lo quando os protagonistas já são, por uma ou outra razão, conhecidos do grande público.
Incontornável no tema é o caso da família Kardashian. "Keeping up with the Kardashians" estreou-se em 2007 no E! e continua, 16 anos depois, no ar, agora na Netflix. É um dos exemplos de como a vontade de seguir personalidades famosas se adaptou aos ecrãs. Começou na TV por cabo e hoje é um sucesso no streaming. O mesmo acontece com os conteúdos aos quais atribuímos verdadeiramente o termo reality show, em que se juntam "desconhecidos" num espaço para conviver e que se vai multiplicando nas plataformas digitais.
Há, também na Netflix, uma série com Paris Hilton. Já a cantora brasileira Anitta lançou, até ao momento, duas séries que acompanham a sua "realidade".
Numa pesquisa pelos principais títulos do género, rapidamente se percebe que há uma hegemonia: a da Netflix. A plataforma de streaming norte-americana acumula o maior número de títulos de séries ou filmes de reality TV que seguem celebridades.
Outras estrelas a seguir
Se contarmos os filmes de reality TV existentes, só nesta plataforma ultrapassamos uma mão cheia. Podemos saber mais sobre Lady Gaga, Beyoncé, Taylor Swift ou Ariana Grande, entre outros. Outra plataforma que tem apostado na produção de conteúdo semelhante é a Apple TV, com Selena Gomez ou Billie Eilish.
Nesta moda de passar programas de entretenimento para a Internet, o YouTube deu o tiro de partida. Era 2012 quando aproveitou o então ponto alto da carreira da cantora Katy Perry para lançar o documentário "Part of me". Já em 2017 apresentava um filme sobre Demi Lovato, que teve direito a uma nova versão recentemente. Nesta plataforma podemos também encontrar o "dia a dia" de Justin Bieber ou, novamente, Paris Hilton.
"Nunca fiz cocó num avião comercial", diz Georgina
Com Cristiano Ronaldo ao serviço da seleção nacional, a companheira voltou a Madrid, onde deu uma entrevista ao programa "El hormiguero", que conquistou as audiências - e também muitas críticas. Em direto na TV, Georgina Rodríguez detalhou a sua vida pessoal e em Espanha descrevem o momento como "vergonha alheia", principalmente quando diz que ela e o futebolista não são pessoas materialistas. "Tanto ele como eu vimos de famílias muito humildes e valorizamos cada oportunidade que temos. Por isso é que incutimos aos nossos filhos que temos de cuidar das nossas coisas, que temos de saber agradecer. [...] Às vezes, mostro-lhes vídeos de crianças que não têm o que comer e digo-lhes que isto também lhes pode acontecer", afirmou, negando ostentação. Mesmo assim, reconheceu que "é maravilhoso" viajar num jato privado por estar mais à vontade. "Nunca fiz cocó num avião comercial. Enfiares-te numa casa de banho quente e a cheirar a bolo acabado de fazer... odeio! Até fico sem vontade de fazer xixi", explicou, entre risos.