A cantora colombiana Shakira poderá enfrentar uma acusação por alegada fraude fiscal em Espanha, se o Ministério Público aceitar a denúncia enviada pela Agência Tributária em finais do ano passado. Em causa estão mais de dez milhões de euros.
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Em causa está o período entre 2012 e 2014, altura em que a cantora já estava a residir em Espanha e, por isso, deveria ter ter pago impostos ao Fisco espanhol - o que não aconteceu.
As Finanças detetaram indícios de crime fiscal e levaram a queixa ao Ministério Público, que iniciou a investigação, sendo os 10 milhões de euros apontados apenas uma quantia provisória.
A Procuradoria-Geral está a investigar a queixa e toda a documentação fornecida pela defesa da artista. Até agora, uma das buscas realizada teve como alvo as suas redes sociais da colombiana, que constatam que residia e passava a maior parte do tempo em Espanha desde 2011, altura em que tornou pública a relação com Piqué.
A lei espanhola estabelece que, se um cidadão passa, pelo menos, metade do ano (mais um dia) a morar em Espanha, é considerado residente fiscal, tendo que pagar os impostos.
O "El País" afirma que, durante a inspeção, os advogados de Shakira "não se mostraram muito colaborantes", de acordo com fontes da investigação, limitando-se a dizer que ela teria a sua residência no paraíso fiscal das Bahamas, onde tem uma casa desde 2004.
O Ministério Público está a considerar apenas o período 2012-2014, uma vez que o ano de 2011 já prescreveu em termos fiscais, mas que foi especialmente produtivo para a cantora: a taxa defraudada apenas nesse ano terá sido de 20 milhões de euros, o dobro dos três anos seguintes. Os advogados de Shakira já pagaram esse valor apenas porque tinham de regularizar a situação da artista antes de poder contestar a decisão da Agência Tributária.
O resultado será divulgado nas próximas semanas, segundo o jornal "El País", e ditará se Shakira é acusada por três crimes contra as finanças públicas.