Esta semana, o bilionário Elon Musk revelou sofrer de autismo leve, juntando-se a outras celebridades que também têm a síndrome.
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"Estou a fazer história esta noite como a primeira pessoa com Asperger a apresentar o "Saturday Night Live"". Foi assim que, há uma semana, num registo animado, Elon Musk, o empresário conhecido pela criação da Tesla e por causa da empresa privada de serviços de transporte aeroespacial SpaceX, revelou ao mundo que tem a síndrome de Asperger. Convidado para conduzir o famoso programa americano, o bilionário reconheceu ainda saber que, às vezes, diz ou publica "coisas estranhas". "Mas é assim que o meu cérebro funciona", acrescentou. A partilha surpreendeu, mas Elon Musk não é a única celebridade a sofrer desta condição neurobiológica, se bem que nem todas falem dela com a mesma abertura. Até porque não as impede de chegar longe nos desafios a que se propõem, mesmo que as pessoas com este transtorno tenham, na maioria dos casos, dificuldades ao nível das relações interpessoais, da gestão das emoções à reação às mudanças.
Em Portugal estima-se que 40 mil pessoas padeçam deste distúrbio. No mundo, mais de 37 milhões já foram diagnosticadas. Entre outros famosos que apresentam traços leves de perturbação no espectro de autismo contam-se o fundador da Microsoft, Bill Gates, os realizadores Steven Spielberg e Tim Burton, e o criador do Facebook Mark Zuckberberg. Todos com carreiras de sucesso em diferentes áreas.
Quase como um superpoder
O ator e produtor Anthony Hopkins só percebeu que tem Asperger depois dos 70 anos. À época, depois de diagnosticado, em declarações ao jornal "The Desert Sun", garantiu que é de "alto desempenho" e que a condição nunca seria impedimento para trabalhar.
A cantora escocesa Susan Boyle soube que tinha a síndrome (a par de um QI acima da média) em 2012. Para a estudante e ativista ambiental sueca Greta Thunberg ter Asperger é quase como ter um "superpoder". Assumiu-o em 2019, quatro anos depois do diagnóstico. Na altura, a jovem confessou que teve receio em contar ao mundo, pois "muitas pessoas ignorantes ainda encaram isso como uma "doença" ou algo negativo". Mas perante os exemplos que se lhe somaram, com magnatas reconhecidos no rol, está provado que há formas de lidar com a patologia sem a ver como um problema.