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Regressado a Portugal, depois de duas semanas no Rio de Janeiro, para substituir a famosa apresentadora brasileira Ana Maria Braga no programa "Mais Você" TV Globo, Ricardo Pereira sente que o desafio foi consequência do que tem vindo "a fazer como ator no Brasil".
E a verdade é que foi o primeiro português a assumir o formato que tem "muita tradição". "É um programa visto por [40] milhões de pessoas e foi, sem dúvida, uma alegria e uma grande oportunidade de continuar com o meu trabalho enquanto apresentador no Brasil".
Ricardo partilhou protagonismo com Ana Furtado que "já era uma grande amiga", mas com quem nunca tinha trabalhado: "Ela também nunca tinha apresentado o "Mais Você" e percebemos que temos uma energia muito parecida, que nos ouvimos bastante, que nos complementamos e fomos para o programa com vontade de aprender, crescer, e de o fazer juntos".
Para o galã português, a oportunidade foi, "acima de tudo, uma prova de confiança, tanto da própria Ana Maria Braga (e toda a sua equipa) como da Globo, da sua direção artística, que me permitiu ter esta experiência que vou guardar para sempre no meu coração". Mesmo que o desafio o obrigasse a acordar às cinco da manhã.
Desta vez, em solo carioca, Ricardo Pereira contou apenas com a companhia da mulher, Francisca. "Os meus filhos [Julieta, de 1 ano e meio, Francisca, de 5, e Vicente, de 7 anos] acabaram por ficar em Portugal, visto que era pouco tempo. A minha mulher foi lá ter comigo e é sempre bom ter este apoio. Para mim, com este nível de exigência de trabalho, gosto de ter a família por perto, e, já que não podiam estar todos, foi ótimo ter ido a minha mulher e tê-la por perto", assume em conversa com o JN.
"Há muita coisa ainda por fazer"
De novo por cá, o ator retomou as gravações de "Alma e coração", embora saiba que terá de "ir ao Brasil na altura do Carnaval para apresentar mais uma vez o "Mais Você"". "Mas, por agora, ficarei por cá a gravar a nova e também o "E Especial", na SIC", revela, entre cenas como o vilão Gonçalo Oliveira, a última personagem na ficção nacional.
Aos 39 anos, Ricardo sente-se "completamente realizado, tanto a nível pessoal como a nível profissional". No entanto, tem noção que "há muita coisa ainda por fazer" e que quer tentar. "Mercados diferentes permitem-me trabalhar com outros realizadores, autores, atores, equipas de produção que têm métodos, linguagens diferentes e isso seduz-me bastante porque são sempre situações de aprendizagem e crescimento", confessa.
Para ele, "o grande desafio passa ainda por outros mercados a nível da dramaturgia, e claro, dar continuidade ao trabalho como apresentador tanto em Portugal como no Brasil".
Desejo de tranquilidade
O clima de insegurança que se vive atualmente em terras de Vera Cruz e "todas as notícias menos boas que saem assustam sempre um bocado", por isso o galã espera "que o Rio de Janeiro volte a ter a tranquilidade que merece".
Para já, "ao morar lá, é claro que temos que adotar certos cuidados para me proteger a mim e à minha família. Mas é uma cidade incrível, é a cidade maravilhosa", descreve Ricardo, rendido ao país onde nasceram os filhos.
Os filhos ainda são muito novos e o mundo dos adultos ainda lhes escapa, inclusive o mediatismo da profissão do pai. Talvez, por isso, ainda seja "muito cedo" para perceber vocações, até porque "vão ser aquilo que quiserem ser", garante Ricardo Pereira.
"Eu apenas tenho de os ajudar no caminho e dar-lhes ferramentas para que consigam cumprir os seus desejos. Não vejo em nenhum ainda uma vontade de seguir as minhas pisadas mas, se quiserem, terão todo o meu apoio. Seja a seguir o meu caminho ou o caminho que a mãe deles faz, na sua atividade empresarial, quero que eles sejam o que quiserem ser, e o mais importante é que sejam felizes".
