Oskar Groening, o antigo guarda nazi apelidado de "contabilista de Auschwitz", que começou a ser julgado na Alemanha esta terça-feira por cumplicidade no assassínio de 300 mil pessoas, pediu "perdão às vítimas" do campo de concentração.
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"Para mim não há dúvida de que partilho uma culpa moral", declarou o antigo SS, de 93 anos.
"Peço perdão", disse. "Quanto à responsabilidade penal cabe-vos decidir", adiantou, dirigindo-se aos juízes. Groening incorre numa pena de três a 15 anos de prisão.
O julgamento de Groening, a decorrer em Lueneburg (oeste da Alemanha) será provavelmente um dos últimos grandes processos sobre os crimes nazis, dada a idade dos implicados, e ocorre apenas três meses depois das cerimónias dos 70 anos da libertação do campo de concentração e extermínio de Auschwitz.
Groening apareceu na companhia dos seus advogados e deslocando-se com a ajuda de um andarilho. No tribunal estão ainda 67 sobreviventes e familiares de vítimas defendidos por 14 advogados.
Seis dezenas de media estão acreditados para a cobertura do julgamento, que decorrerá pelo menos até 29 de julho.
A procuradoria sustenta que Groening, encarregado de confiscar os pertences dos presos que chegavam a Auschwitz e enviar o dinheiro para as SS em Berlim, deu apoio financeiro ao regime nazi e apoiou assim a sua máquina da morte.
A acusação é relativa a 300 mil judeus húngaros que foram executados, dos 425 mil deportados entre maio e julho de 1944 para Auschwitz.