Cães constantemente com fome ou à procura de comida têm semelhanças genéticas com humanos com tendência para serem obesos, revelou um estudo britânico, que analisou 250 animais da raça labrador.
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“Ao estudar os cães, concentramo-nos em algumas descobertas biológicas novas e interessantes”, explicou Eleanor Raffan, do Departamento de Fisiologia, Desenvolvimento e Neurociência da Universidade de Cambridge.
Os cientistas focaram-se num gene em específico, o DENND1B, associado a uma massa corporal maior nos labradores. Depois de compararem com informações genéticas de milhares de humanos, chegaram à conclusão que esse mesmo gene estava associado a excesso de peso nas pessoas. Numa explicação simplificada do mecanismo, o gene está associado a alterações nos sinais químicos que indicam ao cérebro que já comemos o suficiente.
“Ninguém suspeitava que este gene tivesse algo a ver com a obesidade”, revela Eleanor Raffan, principal autora do estudo. O gene interfere com uma via de sinalização cerebral que participa na regulação do apetite, o que mostra que o cérebro desempenha um papel vital na perda de peso e no controlo do apetite.
Eleanor Raffan acredita que algumas pessoas são geneticamente propícias ao ganho de peso, mas “isto é válido tanto para cães como para humanos: têm um desejo genético de comer demais”, refere a cientista após a conclusão da investigação.
Estas descobertas podem ser importantes no futuro para o desenvolvimento de novos medicamentos de combate à obesidade.