Cientistas criam modelo tridimensional de embrião que produz células sanguíneas
Uma equipa de cientistas do Reino Unido criou um modelo tridimensional de embrião capaz de replicar algumas características do desenvolvimento inicial humano, como a produção de células sanguíneas, noticiou a EFE na segunda-feira.
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"O nosso novo modelo imita o desenvolvimento do sangue fetal humano (sangue que circula no bebé durante a gravidez) em laboratório", indicou um dos cientistas e biólogo de células no Instituto Gurdon da Universidade de Cambridge.
Os hematoides (modelo tridimensional), têm um "grande potencial" que permite compreender melhor a formação do sangue durante as fases iniciais do desenvolvimento humano.
As novas estruturas tridimensionais conseguem também simular doenças como a leucemia (grupo de cancros) e produzir células estaminais sanguíneas duradouras para transplantes, de acordo com investigadores da Universidade de Cambridge.
As células estaminais têm a capacidade de se dividir indefinidamente.
O novo modelo, semelhante a um embrião humano, publicado na revista científica Cell Reports, simula as alterações celulares que ocorrem durante as fases iniciais do desenvolvimento humano, quando os órgãos e o sistema sanguíneo começam a formar-se.
No segundo dia, os hematoides organizaram-se sozinhos em três camadas germinativas, essenciais no desenvolvimento do embrião, sendo estas a ectoderme, a mesoderme e a endoderme.
As camadas "são cruciais para moldar todos os órgãos e tecidos, incluindo o sangue", noticiou a EFE.
No oitavo dia, formaram-se células cardíacas, que dão origem ao coração num embrião humano.
Ao 13º dia, a equipa observou o aparecimento de manchas vermelhas de sangue nos hematoides, imitando o processo de desenvolvimento dos embriões humanos, segundo um comunicado da Universidade de Cambridge.
Os investigadores desenvolveram também um método que demonstrou que as células estaminais sanguíneas nos hematoides podem diferenciar-se em vários tipos de células sanguíneas, incluindo células imunitárias especializadas, como as células T, que combatem infeções e anomalias no corpo.
A universidade indicou ainda que os hematoides, que ainda estão numa fase inicial do estudo, são diferentes dos embriões humanos reais em muitos aspetos, sublinhando que não têm vários tecidos embrionários, o saco vitelínico (que fornece nutrientes ao embrião) e a placenta.
De acordo com o estabelecimento de ensino, as estruturas tridimensionais não podem transformar-se em embriões reais.