O setor está a investir milhões, a sonhar alto, a ambicionar estar no pelotão da frente. E está a provar que o amanhã também mora em Portugal.
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Há empresas a criar máquinas supertecnológicas capazes de competir com o mercado asiático, outras a aproveitar desperdícios de todas as indústrias para solas, a reciclar sapatos inteiros, a robotizar linhas de produção. Das fábricas, já saem produtos 100% amigos do ambiente e muitos outros estão na calha. A indústria mais sexy da Europa cresceu e não quer parar.
Há quase 20 anos, o setor do calçado português decidiu fazer um teste cego ao mercado, que é como quem diz, pediu a vários compradores internacionais que olhassem para um conjunto de sapatos e lhes atribuíssem um valor, sem saberem a marca ou a origem do produto. A história, que remonta ao passado, é importante porque é o retrato perfeito do caminho trilhado até aqui. “Para grande tristeza nossa, no final, quando revelávamos que determinado sapato era português, automaticamente o mesmo cliente desvalorizava-o em 30%”, recorda Paulo Gonçalves, porta-voz da APICCAPS (Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos). Os compradores acreditavam, à época, que ser português não acrescentava valor e foi esse o cavalo de batalha desde então.