Uma passadeira inteligente capaz de promover a segurança ativa dos peões e, simultaneamente ser autónoma em termos energéticos, por só usar energia solar, está a ser testada no recinto do Parque de Ciência e Tecnologia-Brigantia Eco Park, em Bragança.
Corpo do artigo
Trata-se do projeto Vallpass, inteiramente produzido em Bragança, com um financiamento de 400 mil euros pelo Norte2020, que resulta de um consórcio entre a empresa Valled e os centros de investigação CeDRIo do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e MORE. “A passadeira tem um conjunto de sensores que permitem detetar os peões, os veículos, sendo controlada e monitorizada remotamente. Para já está em ensaio, porque é um projeto completamente novo”, explicou João Coelho, do IPB.
A ideia foi desenvolvida nos últimos dois anos e é considerada como um equipamento de extrema importância na segurança rodoviária, com incorporação de tecnologia ao nível da Internet das coisas (IOT) e também no âmbito das Smart Cities. “Quando o peão ou o veículo são detetados existe um conjunto de sinalização luminosa que é ativada, ou de aviso para o condutor ou de cortesia para o peão, no sentido de o tornar mais visível”, acrescentou João Coelho.
A Valled avançou para este projeto face à necessidade de a empresa desenvolver equipamentos de salvaguarda, proteção e iluminação de passadeiras, com base em energia fotovoltaica. “O principio base será a sinalização dos peões, alerta aos condutores, para que possam, atravessar em segurança”, referiu Luís Carvalho, colaborador da Valled.
A passadeira também tem em conta a acessibilidade para todos. “Há uma extensão do projeto que envolve a utilização de sinais sonoros para auxiliar pessoas com deficiência visual”, vincou.
A empresa brigantina trabalha na área das energias renováveis/soluções energéticas, com vários projetos em África. “Temos de criar sistemas para sermos perfeitamente autónomos em termos energéticos”, deu conta José Gonçalves, sócio da Valled, que quer avançar com a comercialização da passadeira em Portugal e no estrangeiro. “Para já não temos uma estimativa do preço. O protótipo está em desenvolvimento, é preciso pôr tudo a funcionar e fazer os cálculos aos custos”, acrescentou.
José Gonçalves garante que esta passadeira tem vantagens face a outras que já existem em Portugal, com iluminação do piso e através de sinais. “As que analisamos nas cidades são passadeiras com sinais de aviso de aproximação e iluminação led a fazer pisca-pisca, mas estão 24 horas a gastar energia. A nossa ideia, apresenta uma passadeira que se não tiver movimento de peões e viaturas está em repouso, não tem consumos”, afirmou o responsável.