O Instituto Nacional de Tecnologia de Informação e Comunicação do Japão (NICT) vai juntar-se ao ISCTE no projeto de testes de fibra ótica multi-núcleo que está a ser instalado na Linha Amarela do metro, divulgou esta sexta-feira a universidade.
Corpo do artigo
A agência estatal japonesa "vai celebrar um protocolo com o ISCTE para a partir de 2026 fazer testes conjuntos, entre equipas nipónicas e da universidade portuguesa, no maior banco de testes de fibra ótica multi-núcleo do mundo que está a ser instalado na Linha Amarela do Metropolitano de Lisboa", adiantou o ISCTE.
O banco de testes vai ser inaugurado no ISCTE em 3 de novembro pelos ministros da Economia e Coesão Territorial, Castro Almeida, e das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, referiu a instituição.
Portugal "vai tornar-se num centro mundial de telecomunicações óticas a partir de 2026", sendo que em parceria "com o líder global de material para fibra ótica, a universidade portuguesa vai testar a nova geração de fibras óticas com quatro e sete núcleos".
"O 'testbed' no Metropolitano de Lisboa atrairá as grandes empresas de telecomunicações como a AT&T, a Deustche Telekom ou a Vodafone" e o "NICT do Japão é o primeiro gigante mundial a formalizar os testes conjuntos com o ISCTE", acrescentou a universidade.
O NICT é a única agência pública tutelada pelo Governo japonês para a pesquisa e desenvolvimento especializado em Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), segundo o ISCTE.
"O NICT foi responsável em 2025 por quebrar o recorde mundial de velocidade de Internet usando fibras óticas, atingindo 1,02 petabits por segundo - o equivalente a baixar todo o catálogo da Netflix em menos de um segundo", apontou.
Este "é o primeiro grande gigante tecnológico mundial a formalizar a sua participação nos testes que vão ser realizados pelo ISCTE no Metropolitano de Lisboa para, pela primeira vez, analisar o desempenho da transmissão de dados através de uma nova geração de fibras óticas multi-núcleo em condições reais, replicadas pelo ambiente adverso de uma linha de metro", afirma Jorge Costa, vice-reitor do ISCTE para a Investigação, citado em comunicado.
"As fibras que vamos testar e que vão estar à disposição de todas as grandes tecnológicas mundiais são concebidas e fabricadas pelo parceiro industrial do projeto, o grupo alemão Heraeus Covantics, líder global em produtos de quartzo de alta pureza para a produção de fibra ótica", remata.
Na proposta enviada aos responsáveis do ISCTE, o diretor-geral do Photonic ICT Research Center do NICT, Yoshinari Awaji, assume que o banco de testes da universidade portuguesa "oferece uma oportunidade única para testar fibras óticas multi-núcleo em larga escala num ambiente subterrâneo realista como o do Metropolitano de Lisboa".
Disse ainda acreditar que os testes do ISCTE com o NICT "vão acelerar a descoberta de novos conhecimentos científicos" e a pesquisa e "o desenvolvimento de novas fibras e equipamentos relacionados para aplicações práticas relevantes".
