O "feed" do Facebook prepara-se para a maior mudança de sempre. Vai ver (muito) menos publicações de páginas, afetando marcas que apostaram nesta plataforma e meios de comunicação que usam a maior rede social do Mundo para fazer chegar às notícias aos seguidores.
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- O objetivo passa por diminuir a presença de "links" externos, que levam os utilizadores para fora da rede. Os "Instant Articles" foram a primeira experiência neste sentido. Para colmatar a diminuição do alcance orgânico, as empresas terão que apostar mais em "posts" pagos, aumentando, assim, as receitas da rede em publicidade. Trata-se de uma decisão curiosa, já que, no início, o fundador do Facebook foi reticente em colocar a empresa na bolsa.
- As "fake news" são um dos erros que Zuckerberg tem para corrigir. Mas não é assim que as vai eliminar. Qualquer utilizador pode escolher o "link" de um blog que publica notícias falsas e partilhá-lo como se fosse verdadeiro. Há "bots" que fazem de forma quase profissional há anos e a maioria destas partilhas é feita por amigos e não por páginas.
- Ao esconder aquilo que os "media" fazem está a eliminar o efeito mediador do jornalismo na rede. Sendo as notícias falsas uma das principais lutas da rede social, aumenta o risco dos utilizadores passarem a viver em bolhas, sem uma substancial parte da realidade.
- A rede mudou desde que foi criada, em 2006, e o mundo também. Acreditar que tudo pode voltar ao que era não passa de uma miragem. As pessoas relacionam-se com as marcas como se fossem pessoas e os números de comentários e reações são mais elevados nos "posts" não pagos do que nos pagos. Será que o "engagement" vai ser o mesmo quando estas páginas ficarem escondidas?