A quarta versão das ASICS Novablast traz uma sapatilha mais rápida mas menos castiça, menos nuvem, se é que isso se pode dizer. Ainda assim, continuam entre as favoritas e carregadas de conforto.
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As Novablast 4 são, efetivamente, uma novidade. E isso é bom e mau. É bom porque significa mais do que uma lavagem de cara para justificar um novo lançamento. É mau porque se perdeu alguma da magia do modelo. Não obstante, mantém-se no topo do pódio das nossas ASICS favoritas.
Primeira constatação mal se descobre a nova Novablast, passe a redundância: tem um design ainda mais “wow” do que as anteriores, se olharmos exclusivamente à sola. Segunda constatação: é uma nica, mas pesam mais do que anteriores. E isso, para esta modesta escriba, é logo ponto negativo.
Mas deixemos de lado os preconceitos e sigamos para o macadame. E, logo, a surpresa: estamos perante uma sapatilha bem mais rápida do que a iteração 3, apesar da sobrecarga.
E é aí que está o busílis da Novablast 4. Para uma maior performance, tiveram de perder alguma daquela nuvem que caracterizou o modelo aquando do seu lançamento. E quem diz nuvem diz aquele efeito mola tão divertido e inacreditável.
Saltam na mesma, mas menos, porque são mais firmes, mais rijas e, logo, mais rápidas, perdendo no amortecimento do impacto mas lançando claramente para diante.
Olhando à malha superior, é mais confortável do que na versão anterior e bem mais ajustada à forma do pé, oferecendo o conforto-meia. Mas, e isto é apenas uma questão de gosto, é bem menos atraente, porque perdeu o design néon. Aliás, esta versão parece uma mescla entre a Novablast 3 global, com língua fina, e a versão “Sound Mind Sound Body” da mesma 3, editada em modo limitado a meio do percurso.
Esta tinha uma língua almofadada e apresentava um desenho mais clássico, como as 4. A diferença estará nas perfurações deste último modelo, que o tornam mais respirável. De realçar ainda a leve almofada no topo da língua, perfurada como a malha, que dá conforto ao peito do pé mas acaba por empurrar a língua para baixo…
Já que estamos no capítulo do conforto, refira-se a sola mais larga do que na versão anterior, o que confere estabilidade, e o reforço elevado no calcanhar, que permite melhor sustento – e elimina algum efeito abrasivo que já nos causou dissabores na edição anterior.
Indo à sola, é feita de a espuma FF BLAST™ PLUS ECO, que a marca apregoa como responsiva, mas que o é efetivamente menos. Feita de 20% de material biológico “proveniente de fontes renováveis, como restos de resíduos do processamento da cana-de-açúcar”, merece, contudo, o nosso aplauso. Nota de suspeição quanto à borracha da parte inferior: resvalou em areia solta sobre o passeio, o que não seria suposto a acreditar nas características avançadas pela marca.
Agora, vamos às conclusões: estas são sapatilhas rápidas que podem não se adequar ao uso diário de treino. Claramente, não servem para uma corrida de recuperação ou um treino leve. Para isso, melhor ir ao armário buscar as 3. Ou as Cumulus 25, que são mais saltitantes do que as Novablast 4 (ainda que mais pesadas).
As Novablast 4 mantêm os 8 mm de diferença entre o calcanhar e os dedos (drop), mas são bem mais altas (10 mm) e ficaram mais pesadas 7 gramas no modelo masculina e 3 no feminino. Podem achar desprezível, mas nota-se, sobretudo quando sabemos que as sapatilhas mais leves andam nos 180 gramas.
E, uma coisa é certa, continuam a ser favoritas no armário lá de casa. Bem mais do que os topos de gama Nimbus e Kayano, clássicos campeões de venda bem mais caros. Estas belezas custam 150 euros (PVP).
Nota: o produto foi fornecido pela marca.