A Asics lançou a 31.ª versão das Kayano. E, sim, são mesmo 31 anos de evolução. O que esperar de um modelo que se popularizou pela estabilidade e conforto na corrida de estrada?
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Desde que o bichinho da corrida nos mordeu que conhecemos a popularidade da Asics entre os atletas. Dos mais domingueiros à elite, há modelos para todos os gostos. Uma máxima que prevaleceu durante muitos anos na Asics, era a tecnologia de amortecimento à base de gel, daí o prefixo em cada modelo: Gel-nimbus, Gel-cumulus, Gel Kayano. Uns bons anos passaram até aparecer a espuma de compressão, que garantia o amortecimento por menos peso e, recentemente, as placas de carbono que revolucionaram para sempre a performance dos atletas em dias de prova.
Apesar da antiguidade, as Kayano foram uma novidade para os pés. Mas já lá vamos.
Ficha técnica
As Kayano são aparentemente pesadas, com uns 305 gramas. A olho nu, diríamos que isto se deve ao combinar de várias tecnologias. A começar por baixo, as Kayano utilizam PureGel no calcanhar, que não está visível porque é injetado. Na parte dianteira, o FFBlast + Eco garante o conforto com recurso a espuma.
O drop surpreende porque está acima do que é normal na Asics. A maioria dos modelos que a marca tem no mercado têm drop de oito milímetros. As Kayano têm 10 milímetros de drop, o que as encaixa na categoria de maximalistas.
A malha superior é perfurada e parece garantir respirabilidade suficiente mesmo para os dias mais quentes. Porém, há uma segunda malha inferior de micro densidade para garantir maior longevidade no modelo.
É impossível não reparar na parte lateral interior, onde se pode ler “4D Guidance System”. Segundo a marca anuncia, trata-se de um sistema de estabilidade revolucionário que permite a estabilização do pé sem comprometer o conforto. Numa análise mais imediata, parece ser uma forma de compensar a pronação, característica pela qual as Kayano já são conhecidas. Não foi à toa que, durante anos, os atletas com passada pronada eram clientes habituais das Kayano.
A finalizar a análise pré-teste, um pormenor que muito nos agradou. Junto ao colar há uma aba com pormenor em refletor que é um apoio ao calçar das sapatilhas. Nós gostamos.
Quilómetros feitos, eis o diagnóstico
Fizemos mais quilómetros do que é habitual num período de teste de estrada. Por norma, a bitola para termos alguma substância para analisar uma sapatilha situa-se entre os 80 e os 120 quilómetros. Com as Kayano fizemos 150 quilómetros.
Sabíamos que tínhamos um fantasma de “peso” para conhecer, mas isso serviu como incentivo para testar as Kayano em diferentes tipos de corrida: treino contínuo em ritmo de recuperação, treino rápido e, para mal dos nossos pulmões, dois treinos de séries.
Sim, as Kayano são pesadas para quem já corre a um ritmo rápido. São a representação clara e inequívoca de conforto e estabilidade. Gostaríamos de destacar que as transições de direção são momentos de stresse para os ligamentos na zona do tornozelo e joelho e as Kayano tiveram um desempenho excelente nesse aspeto.
Nos treinos de séries, sentimos que no terceiro pico de dez, numa série de 400 metros, o peso já começava a fazer-se sentir. No dia seguinte ao treino de séries fizemos um treino de recuperação de 40 minutos a ritmo lento e foi uma delícia a cada passada.
Ainda para terminar, sentimos que os dez milímetros de drop favorecem sobretudo os atletas cuja passada é de ataque ao solo a partir do calcanhar, o que é o nosso caso.
As Kayano podem agradar a um público muito largo, porque tanto podem servir o atleta que está a começar a correr para perder peso, como os atletas de elite para os treinos de recuperação. Não são baratas, mas também não mostram desgaste nenhum depois de 150 quilómetros.
Preço: 200€
Nota: O produto foi cedido pela marca