Um grupo de 29 jovens do Ensino Secundário e do Ensino Superior desenvolveram, durante um mês, uma base lunar simulada com o objetivo de criar condições para sete astronautas viverem na Lua durante 10 dias. O desafio passava por construir casas, obter energia limpa, encontrar soluções de mobilidade e responder aos desafios de saúde. Esta sexta-feira, a Lua desceu à Terra para dar vida à missão TerraLuna, promovida pelo CEiiA.
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O burburinho imperava na sala enquanto se acertavam os pormenores para simular a Lua no auditório do Centro de Engenharia e Desenvolvimento (CEiiA), em Matosinhos. Na cara dos 29 jovens, que integraram a 6.ª edição do "Sustainable Living Innovaters" (SLI) e que tinham a missão de criar condições para sete astronautas viverem na Lua durante 10 dias, o entusiasmo crescia a olhos vistos. "Foi um desafio imenso, mas foi algo inovador, principalmente para nós que estamos num contexto muito teórico na universidade", afirmou David Amarante, estudante de Engenharia Física e Tecnológica no Técnico, em Lisboa. O programa, promovido pelo CEiiA, desafiou portugueses e brasileiros do Ensino Secundário e do Ensino Superior a simular uma base lunar tendo em conta quatro vertentes: energia, construção, mobilidade e saúde.
Foi simulada a Cratera Faustini, no polo sul da Lua. Foto: Carlos Carneiro
Ao longo de quatro semanas "intensas e enriquecedoras", trabalharam os conceitos que ganharam vida na apresentação final, que decorreu ontem no edifício do CEiiA. "Esta edição foi um sucesso a vários níveis: afirmamos o SLI como um programa de excelência para formar jovens e colocámos o tema da Lua na nossa agenda, o que é muito importante para criar novos futuros", apontou a diretora de tecnologia, Helena Silva.
Sessão de encerramento da 6.ª edição decorreu esta sexta-feria no CEiiA. Foto: Carlos Carneiro
"Como estudante de engenharia aeroespacial e apaixonada pelo espaço, quis pôr à prova os meus conhecimentos", contou Carolina Martins. A estudante de 19 anos, de Vila do Conde, ambiciona trabalhar na indústria aeroespacial e o SLI "validou o sonho". Para Bárbara Martins, 15 anos, a experiência "não foi difícil". "Tivemos muitas palestras nas primeiras semanas e apoio teórico, por isso para quando passámos à prática tínhamos as bases que necessitamos", explicou a estudante da Lousã. Para lá da teoria, há uma experiência social que enriquece. "Aprendemos a ser mais abertos e aventurar-nos", admitiu Marina Kühl, estudante de farmácia no Brasil.