É uma estreia em absoluto da marca helvética nos nossos testes. A “On” é uma empresa de calçado e têxtil desportivo fundada em 2010 por um campeão de triatlo e ironman.
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Aos nossos olhos, a On tornou-se conhecida a partir de 2019 quando Roger Federer começou a representar a marca. Hoje, há uma série de atletas embaixadores da marca. Só para nomear alguns, Iga Swiatek, atual número 1 do ténis feminino, Hellen Obiri que venceu em 2023 as maratonas de Nova Iorque e Boston, Karel Sabbe, um dos finishers da famosa Maratona de Barkley.
Ao abrir a caixa
Vamos diretos ao assunto. São diferentes. É impossível ignorar a sola ondulada e com os buracos de fora a fora. É como se parecessem pequenas nuvens. São sapatilhas arrojadas, a sola com a tecnologia Cloudtec é uma imagem de marca da On. O fundador começou por testar esta tecnologia com pedaços de mangueira e rapidamente evoluiu para a forma que hoje vemos. A mais valia, alegam, é a capacidade de as “pequenas nuvens” se adaptarem a cada corredor no impacto e reação após o contacto com o chão.
São surpreendentemente leves, apesar da sola. Pesam cerca de 235 gramas na versão masculina e 200 gramas na versão feminina. O upper, material envolvente da parte superior, é feito de material 100% reciclável. A malha é um combinado de dois tecidos que, apesar da densidade, parece ser bastante fresca. A balança diz-nos que mais tecido, maior resistência, mas também mais peso. Nas Cloudflow essa relação parece estar bem equilibrada.
Analisar sapatilhas pelos esquemas de cores é das avaliações mais pessoais que podemos fazer. A verdade é que, a On é muito sóbria no design. São inconfundíveis. Não só pela sola, que é única, mas pelo desenho e forma. Nós gostamos e, mesmo sendo um modelo de corrida, usamos perfeitamente como sapatilhas casuais.
Pés ao caminho
Tínhamos muita curiosidade em perceber qual seria a sensação só ao caminhar com as On. O conforto é imediato e poucos modelos até hoje assentaram tão bem logo nos primeiros passos. Sentimos as pequenas ondulações do Cloudtec ao dobrar o pé muito lentamente, mas, curiosamente, essa sensação desaparece quando caminhamos normalmente. O colar da sapatilha é muito forte, quase como se fossem sapatilhas de trail. Quem costuma sofrer com inflamações do tendão de Aquiles terá aqui o pé mais protegido.
Cento e vinte quilómetros depois
Corremos nas nuvens. As Cloudflow, ao contrário do expectável, não tiveram necessidade de quebrar. A sensação é a mesma desde o primeiro treino. É interessante perceber que, não sendo sapatilhas minimalistas, têm a altura absoluta mais baixa, mesmo com um drop de 8 milímetros. A tendência nas sapatilhas de performance é aumentar a altura absoluta, pelo que vemos modelos que parecem autênticos barcos, alguns com drop que pode chegar aos 12,5 milímetros. Somos mais adeptos de uma corrida que não afete a biomecânica da passada. Mas isto somos nós a dizer, não somos podologistas.
A biqueira é mais estreita, não por defeito, mas por categoria. Existem modelos de corrida que são mais adequados para os corredores com pé mais aberto na parte frontal. No nosso caso serviu perfeitamente e não sentimos aperto nos dedos. A língua é fina, pelo que aconselhamos a não apertar a sapatilha ao ponto de estrangular o peito do pé.
São sapatilhas tendencialmente rápidas. Mas usámo-las em treinos curtos e longos (20 quilómetros) e a sensação foi a mesma. Não sentimos cansaço nem o pé massacrado. Arriscamos dizer que, querendo usar apenas um modelo que sirva todos os tipos de treinos e até algumas provas, as Cloudflow 4 vão servir na perfeição. Vão ter até vontade de lavar mais vezes as sapatilhas para usá-las no dia a dia.
Nota: O produto foi cedido pela marca
Preço: 169,95€