Chegou-nos ao pulso o Suunto Vertical Titanium Solar, o verdadeiro “tanque” da marca finlandesa.
Corpo do artigo
Ficha técnica (resumo para quem gosta de detalhes)
Peso: 74g (Titanium Solar)
Material: Titânio de grau 5 (bezel), corpo em polímero reforçado com fibra, vidro de safira
Ecrã: 1.4” touch, matriz MIP (Memory-in-Pixel)
Resolução: 280 x 280 píxeis
Sensores: GPS multibanda (5 sistemas), altímetro barométrico, bússola, termómetro, oxímetro (SpO2), frequência cardíaca
Conectividade: Bluetooth, sem NFC
Autonomia: até 85h com GPS preciso, 60 dias em modo relógio,até 1 ano com energia solar (modo standby com luz solar constante)
Mapas: Topográficos offline gratuitos
Compatibilidade: iOS e Android
Resistência à água: até 100m
Primeiras impressões
Este não é um relógio para ficar bonito na passadeira vermelha — é para se sujar, para levar com neve, pó, chuva e ainda assim continuar a funcionar como se nada fosse. O acabamento em titânio é leve e resistente e o vidro de safira aguenta riscos como um campeão.
O tamanho é generoso (e sente-se), mas bem distribuído no pulso. Para quem tem pulsos mais pequenos pode parecer um pouco imponente — mas não desconfortável. O ecrã MIP é legível sob sol direto, o que é o objetivo aqui: ver claramente mesmo no topo da serra, sem dramas.
Mapas offline: o destaque
Aqui está o verdadeiro diferencial do Suunto Vertical. Os mapas offline gratuitos, com elevação e cores, são incrivelmente úteis para quem se aventura em zonas remotas sem rede. A navegação é intuitiva e detalhada, e a combinação com o altímetro barométrico faz com que se tenha uma noção realista do terreno.
Aliás, o GPS é de excelência. A multibanda permite precisão milimétrica — fomos até à Serra da Freita e testámos em zonas com escarpas, florestas densas e vales com sinal fraco, e o Vertical saiu sempre por cima. Poucos relógios conseguem este nível de fidelidade de trilho.
Autonomia: a estrela da companhia
Se o Suunto 7, o último modelo que tínhamos testado, tinha a bateria como calcanhar de Aquiles, o Vertical é o oposto. É um dos relógios com maior autonomia do mercado, e com energia solar, então, é praticamente uma bateria ambulante.
Mesmo em modo GPS preciso, chega às 85h. Em “modo expedição”, dá para semanas. E no dia a dia, mesmo com treinos regulares, facilmente nos esquecemos de onde está o carregador.
Claro, isto vem com um custo: o ecrã não é AMOLED. Mas aqui a troca é justa — autonomia e visibilidade ao ar livre ganham aos brilhos e animações bonitas.
Funcionalidades extra: o essencial está lá
O Vertical não traz música, NFC ou aplicações de terceiros. E, honestamente, não precisa. A sincronização com o telemóvel permite ver notificações, chamadas e controlar o essencial. Mas este não é um relógio de escritório — é um relógio de expedição.
A Suunto app continua a evoluir bem e permite analisar os dados com detalhe, incluindo mapas em 3D e dados fisiológicos, como VO2 Max, tempo de recuperação, carga de treino, entre outros. Para quem leva o treino a sério, é mais do que suficiente.
A quem se destina?
O Suunto Vertical Solar é, sem rodeios, para aventureiros de verdade. Montanhistas, corredores de ultra-trail, ciclistas de longa distância, viajantes que perdem o sinal de rede por dias e não querem ficar sem bateria nem orientação.
Para o utilizador comum que faz 3 treinos por semana e gosta de ouvir Spotify pelo relógio… talvez haja opções melhores. Mas para quem quer um companheiro de confiança que aguenta tudo, o Vertical é a escolha certa.
Conclusão
O Suunto Vertical Titanium Solar não quer ser tudo para todos. Quer ser tudo para os que desafiam a Natureza — e nisso, não há muitos que cheguem perto. É robusto, é preciso e é quase infinito. E se o teu estilo de vida inclui bússolas, trilhos e mapas, este relógio foi feito a pensar em ti.