As novas sapatilhas da marca francesa VEJA foram premiadas pelo respeito ambiental e responsabilidade social.
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Quando calçamos umas sapatilhas queremos uma série de coisas. Queremos conforto. Queremos amortecimento. Queremos durabilidade. Queremos leveza. Queremos performance, que é como quem diz velocidade. Queremos ficar bem apessoados na fotografia que colocamos nas redes depois de cruzar uma meta. Queremos ser sustentáveis, cada vez mais. E já percebemos que é impossível juntar isto tudo num sapato só. A solução será tentar encontrar uma sapatilha que o melhor dos vários mundos, sendo certo que teremos sempre de deixar cair alguma (s) das nossas exigências.
E eis que surgem as novas sapatilhas de corrida da marca francesa VEJA, cinco anos depois do modelo inaugural. As Condor 3 chegam este 28 de março ao mercado, depois de anos de aturada investigação. O objetivo da marca foi precisamente melhorar a performance das Condor 2, mas mantendo – e ampliando, sempre – a preocupação de sustenbilidade que está na génese da marca.
Aposta ecológica e responsável
Portanto, já antes de abrirmos a caixa das VEJA Condor 3 sabíamos que teríamos cumprido o desiderato de lidar com sapatilhas ambiental e socialmente justas. Além de proteger os direitos dos trabalhadores envolvidos em toda a cadeia de produção, no Brasil, bem como como o ambiente que os rodeia, a marca faz questão de usar materiais reciclados para a malha técnica e os atacadores e materiais naturais na sola e na entressola (cana de açúcar e borracha da Amazónia), no amortecimento (latex natural) e no suporte do calcanhar (óleo de rícino).
A aposta no desenvolvimento tecnológico e na sustentabilidade neste modelo valeu à VEJA um prémio na ISPO de 2023, a maior feira europeia de comércio de desporto e ar livre, cujo júri destacou os “novos avanços em termos de pesquisa, desenvolvimento e utilização de bio-materiais” para criar “um calçado de corrida que corresponde às expectativas de um corredor consciente a nível ambiental”.
E quando abrimos a caixa vimos assegurado um segundo desiderato: o da aparência. Para lá do próprio V da marca, garantia de sucesso à luz dos cânones da moda, as Condor 3 que nos calharam apresentam uma agradável mistura de azuis, rosas e laranjas nas inserções em TPU, cores repetidas na reforço de borracha da sola, com uma malha bege. Bom aspeto garantido.
Falta agora todo o resto.
E a primeira exigência a cair é mal se pega na sapatilha. Para quem está habituado lidar com as marcas de corrida mainstream, são pesadas. Parece-nos que se trata do “preço” a pagar pela aposta nos materiais naturais. O tamanho 42 masculino é de 287 gramas, um pouco menos do que os 301 da versão anterior.
Mas vamos ao que interessa verdadeiramente: como se portam as Condor 3 depois de calçadas e atiradas ao asfalto?
Bom...
São extremamente confortáveis, com uma sola larga e um drop (diferença do calcanhar aos dedos) de 8 mm que conferem estabilidade, também garantida pelas inserções coloridas na parte superior, impedindo que a malha pareça elástica. E o amortecimento nota-se muito claramente em cada passada, proporcionando aquela sensação de nuvem. Nesse particular, nada a apontar, mais duas exigências cumpridas.
Mas se juntarmos o peso ao elevado amortecimento temos... uma sapatilha lenta. Muito lenta. E se o conforto de mantém ao longo dos quilómetros, é impossível ignorar a sensação de que vão pesando cada vez mais no pé, talvez por, parece-nos, faltar a responsividade a que nos fomos habituando com a evolução tecnológica do calçado de corrida.
Quanto à parte superior, a malha é respirável, a forma é larga (poderá não ser má ideia procurar uma nesga de tamanho abaixo do habitual) e a língua presa e fina evita fricções. Já os cordões merecem nota máxima: feitos de material reciclado, não se desfazem graças à forma como são tecidos.
Por fim, ao cabo de vários treinos, é de realçar o aspeto intocado da sapatilha, o que atesta a sua durabilidade (e, indiretamente, a sua sustentabilidade).
Em resumo: as VEJA Condor 3 são ótimas para treinos de recuperação, para corridas lentas e para caminhadas aceleradas, mas terão de ficar em casa a descansar nos dias de busca de performance. Agora, é um consolo de ter nos pés sapatilhas ecológicas e construídas por trabalhadores respeitados. Atrevemo-nos a dizer que isso é provavelmente o mais importante. Ainda por cima bonitas!
Especficações materiais:
A malha, o forro e os cordões são 100% em poliéster reciclado, as inserções são em T.P.U. (poliuretano termoplástico), o calcanhar (Pebax® Rnew®) é 100% em óleo de rícino, a entressola é composta por 43% de EVA de cana-de-açúcar e 27% de borracha da Amazónia, a sola exterior contém 27% de borracha da Amazónia, o amortecimento L-FOAM contém 65% de latéx natural.
PVP: 180 euros na loja online
Nota: o produto foi cedido pela marca