
Alternativas ao gasóleo e à gasolina em prol do ambiente
Foto: Freepik.com
JNTAG - A poluição causada pelos nossos carros é um problema de que há muito se ouve falar. Com a sustentabilidade do Planeta em vista, tem-se vindo a trabalhar cada vez mais para criar alternativas ao gasóleo e à gasolina. Eis um resumo das opções que já são usadas atualmente.
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Que combustíveis para veículos existem?
Existem, sobretudo, combustíveis de origem fóssil no Mundo, que todos bem conhecemos, nomeadamente a gasolina, o gasóleo, o gás natural ou o GPL (Gás de Petróleo Liquefeito). Derivam de fontes não renováveis, como é o caso do petróleo e, já saberás, causam graves danos no ambiente. A queima de combustíveis fósseis liberta gases com efeito de estufa responsáveis pelo aquecimento global e pelas alterações climáticas. E até a própria extração e transporte destes combustíveis destrói ecossistemas, obriga ao desmatamento, degrada os solos, contamina águas e afeta a vida marinha (quando acontecem derramamentos nos oceanos). Porém, à medida que avançamos no século XXI, começam a surgir alternativas, os combustíveis do futuro, que ainda não são a solução perfeita, mas que deverão ser cada vez mais usadas nos veículos nas próximas décadas.
Quais são as alternativas?
Atualmente, há cada vez mais opções alternativas à gasolina e ao diesel para os carros. Reunimos aqui as mais conhecidas.
Comecemos pelos biocombustíveis, que são produzidos a partir de biomassa ou de resíduos orgânicos, agrícolas, florestais ou até domésticos. Estes combustíveis podem substituir total ou parcialmente o gasóleo e a gasolina e, na verdade, em Portugal, para cumprir diretivas ambientais, eles já são incorporados nos combustíveis tradicionais com que abastecemos os carros nas bombas, embora de forma diminuta. Para perceberes, há vários biocombustíveis, como o etanol (conseguido através da fermentação de açúcares) ou o biodiesel (feito a partir de óleos alimentares usados). Mas a maioria provém do óleo de palma, que é uma produção insustentável. "A par disso, a grande questão é a disponibilidade das matérias-primas em quantidade suficiente para produzir estes biocombustíveis, porque as necessidades são muito grandes e não há matéria suficiente para sustentar o consumo. Acaba por ser uma "pseudossolução"", explica Pedro Nunes, da associação Zero. Por outro lado, ainda há uma série de dúvidas associadas à sustentabilidade de todo o processo de produção.
Depois, também há combustíveis sintéticos, conhecidos como e-fuels, que são cada vez mais vistos como alternativa. São produzidos artificialmente através de processos químicos que combinam hidrogénio verde e dióxido de carbono capturado da atmosfera, resultando num combustível líquido, que imita os combustíveis fósseis, e que pode substituir a gasolina e o gasóleo. Mas também estes levantam dúvidas ambientais. "Continua a haver um processo de combustão nos nossos carros e continuamos a poluir as nossas cidades e o ar que respiramos", aponta Pedro Nunes.

Foto: Adelino Meireles
Outra opção é o hidrogénio, que chegou a ser considerado um dos combustíveis mais promissores do futuro, sobretudo para os veículos pesados de mercadorias. Ora, o hidrogénio é produzido a partir da eletrólise da água, usando eletricidade proveniente de fontes solares. Na prática, não tem emissões de carbono, é o menos poluente dos combustíveis, porque usa apenas a água como subproduto. Mas o que se tem vindo a verificar é que as grandes transportadoras têm apostado mais em camiões elétricos do que no hidrogénio. Porquê? O processo logístico de armazenamento e transporte do hidrogénio é muito complexo e caro, já que se trata de uma molécula facilmente evaporável. "Além disso, produzir hidrogénio verde é muito ineficiente, porque se gasta muito em energia para o produzir e a energia útil que se retira é uma fração da energia inicial", refere o dirigente da Zero.
E, por fim, a opção que provavelmente já bem conheces: o carro elétrico. Cada vez mais populares, são alimentados a baterias recarregáveis, numa alternativa aos motores de combustão. Os pontos de carregamento são cada vez mais e a autonomia também está a melhorar. Mas, sim, as baterias levantam questões, pelos materiais necessários para as produzir (a disponibilidade desses materiais é limitada) e por terem uma vida útil curta. No final da vida, o ideal é que sejam recicladas, mas ainda não é fácil reciclar estes materiais.
A opção mais amiga do ambiente
Os veículos elétricos continuam a ser a alternativa mais viável e amiga do ambiente. Ainda assim, há uma dúvida que se levanta: será que é sustentável querermos substituir todos os carros por elétricos? Pedro Nunes diz que não. "É insustentável substituir os milhões de carros que existem no Mundo. O meio de transporte mais sustentável será sempre o transporte público e o objetivo é sermos uma sociedade cada vez menos dependente do automóvel privado."

