JNTAG - Se para muitos ainda são aparelhos fixes e divertidos usados em contexto de lazer, a verdade é que estas pequenas aeronaves podem servir um amplo leque de áreas, da proteção civil à medicina, do comércio ao espetáculo.
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Se te perguntarmos o que significa a sigla VANT, talvez hesites na resposta. E se te falarmos de drones? Pois, aí a coisa fica mais simples. Na verdade, são exatamente a mesma coisa. A sigla VANT significa veículo aéreo não tripulado, que corresponde a um drone. No fundo, uma pequena aeronave que pode ser controlada remotamente, não havendo, por isso, necessidade de ter um piloto a bordo. E se já é possível comprar uma ampla variedade de drones para uso recreativo, a verdade é que hoje em dia estes pequenos aparelhos voadores permitem muito mais do que belos momentos de diversão.
No início era a guerra
Os primeiros registos do uso de um veículo aéreo não tripulado são de 1849, na Áustria. Na altura, Veneza tinha declarado independência em relação ao Império Austríaco, mas a resistência austríaca não tardou a pôr fim às pretensões dos venezianos. Para isso, recorreu a uma forma muito embrionária de drone, que na verdade era um balão bombardeiro. A partir daí, a tecnologia começou a ser estudada de forma mais aprofundada e multiplicaram-se protótipos destinados a ser usados em conflitos bélicos, o que só aconteceu de facto já durante a Segunda Guerra Mundial. Com o tempo, o leque de possíveis utilizações alargou-se drasticamente. Hoje, os drones podem ser importantes aliados no combate aos fogos, na medicina, até no cinema.
Guardiões do ar... e o seu contrário
Comecemos então pelos incêndios. Sabias que estes pequenos aparelhos já são usados para ajudar a vigiar florestas? Como têm a capacidade de sobrevoar grandes áreas, de tirar e enviar fotos em tempo real, de detetar fumo ou até pontos quentes, através de câmaras de visão térmica, podem funcionar como uma espécie de primeira linha de combate, alertando as autoridades para a necessidade de uma ação lesta, antes que um dado incêndio ganhe proporções incontroláveis. O único senão é que têm surgido relatos de que também já há quem os use para atear fogos. Aliás, a PJ está neste momento a investigar o seu papel no incêndio que lavrou em Ponte da Barca (Minho).
Reis das entregas
Em alguns países, os drones já funcionam também como aliados para levar medicamentos urgentes a zonas de difícil acesso, sejam aldeias no meio da selva ou ilhas isoladas. E, sim, também já há empresas a fazer entregas de comida e compras variadas através destas pequenas aeronaves. É o caso da Amazon, por exemplo, que em várias zonas dos EUA já garante a entrega de encomendas até 2,5 kg num período máximo de 30 minutos, e que vira agora atenções para a Europa. Mais: há drones que conseguem voar a mais de 100 km/hora. Terão os carteiros os dias contados?
Cinema e espetáculos brutais
Com o advento dos drones, houve também todo um céu de possibilidades que se abriu ao nível da fotografia e do cinema. Atualmente, é possível captar imagens incríveis, com ângulos e abrangências até aqui impossíveis. Já agora, sabes os famosos fogos de artifício? Os drones também podem ser uma alternativa neste caso. Já há até espetáculos noturnos em que centenas de drones com luzes LED "dançam" no céu, dando corpo a figuras e até a histórias com princípio, meio e fim. Além de serem uma opção mais segura, sustentável e silenciosa, permitem uma maior flexibilidade e criatividade nos espetáculos. Só vantagens, portanto.
Dilemas voadores
Há ainda quem anteveja que, num futuro próximo, os drones podem tornar-se ainda mais úteis à nossa vida em sociedade, ajudando a plantar árvores ou a recolher lixo dos rios. Mas será tudo um mar de rosas? Não. Há questões que se levantam face à multiplicação destes aparelhos, que se prendem com a possibilidade de sobrevoar locais privados, de filmar pessoas sem elas saberem, de haver acidentes de responsabilidade dúbia. Questões que terão de ser tidas em conta à medida que mais drones rasgarem o céu.