JNTAG - O país está a dar tudo, é o quarto, na História, a pousar uma nave na Lua. O Sol também não lhe escapa. Há ambição, investimento em tecnologia, missões em perspetiva. Não há volta a dar, é sempre a subir.
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Protagonismo asiático, uma nova potência
Os dados estão lançados e os sinais são visíveis. A Índia está na corrida espacial, ao demonstrar avanços significativos neste universo tão exclusivo e tão competitivo. Em 2023, juntou-se ao grupo restrito de países a pousar uma nave na Lua. Foi um sucesso e um momento histórico para o país asiático, o quarto a registar este feito, depois dos Estados Unidos, da Rússia e da China.
O veículo indiano viajou sem tripulantes, comandado à distância da Terra, e aterrou no polo sul lunar. Deu trabalho e foram necessárias várias tentativas. Nos planos, está o primeiro voo com humanos a bordo a acontecer em 2027, daqui a dois anos, num foguetão em órbita, tudo a partir de solo indiano.
A Índia não se fica por aqui. Já lançou uma sonda em direção ao Sol e anda a desenvolver tecnologia com o seu cunho para estar a sério neste mundo. Quer construir uma estação espacial nacional até 2030 e organizar missões e incursões ao maravilhoso e misterioso mundo do Espaço. Não restam dúvidas: este país anda a posicionar-se para fazer parte de um clube de elite nesta matéria.
Chandrayaan-3
Nome da histórica missão que pousou uma aeronave no desconhecido polo sul da Lua, área rica em água congelada, com o propósito de recolher amostras que possam ajudar cientistas a entender melhor como este satélite natural da Terra nasceu e evoluiu.
Aditya-L1
É o nome de outra missão indiana, o envio de uma sonda, que pretende estudar as camadas externas do Sol.
Estudantes observam modelo da Lua numa exposição da organização indiana de pesquisa espacial (ISRO)
Foto: NOAH SEELAM/AFP
Inventar e poupar e Vénus na mira
O mercado espacial pula e avança e a Índia entra com os trunfos que tem. O país está focado em investir, e é o que tem feito, não haja dúvidas, naquela lógica de custo-benefício, ou seja, esticar o dinheiro no maior número de peças e cenas tecnológicas. Ou melhor, os seus custos de produção, num território barato, são extremamente competitivos em relação a outros países, e os seus recursos humanos são de qualidade com engenheiros altamente qualificados.
Desta forma, a Índia pode acelerar o desenvolvimento tecnológico avançado na área espacial com um programa potencialmente mais barato e mais eficiente. Também aqui, na inovação e exploração espacial, o dinheiro faz toda a diferença. Até porque já se sabe que a Índia quer lançar a sua primeira missão orbital em Vénus, o segundo planeta do sistema solar, em 2028, ou seja, daqui a três anos. Não falta muito.
Astronauta indiano na Lua? Sim, é esse o objetivo
Não é o único, mas é um dos maiores objetivos: colocar o primeiro indiano a pisar a Lua até 2040 - e inscrever esta façanha na página dourada da História espacial. O Governo indiano já fez saber que o treino de astronautas está a progredir, que quatro pilotos da Força Aérea da Índia foram selecionados para esse fim, que estiveram em formação na Rússia e voltaram à Índia para exercícios mais específicos.
Nos últimos anos, tem havido grandes esforços e investimentos, nomeadamente na construção e lançamento de pequenos satélites em órbita da Terra. O que não deixa de chamar a atenção do resto do Mundo.
A Índia não facilita, tem trabalhado bastante para conquistar um lugar de destaque no cenário espacial global. Os seus olhos viram-se para todos os lados, está a conseguir financiamento privado, a incentivar o desenvolvimento de startups neste setor, a investir em robótica espacial, no controlo de aeronaves e em operações de carga e distâncias seguras para novas missões. O futuro não lhe escapa, segundo o que tem transparecido cá para fora.