Não havia rede, não havia net, não havia telemóveis, não havia televisão, não havia forma de comunicar à distância. Foi então que um pequeno aparelho se destacou (e até esgotou). Foi quando nos lembramos da sua existência e da sua importância.
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Sempre a funcionar
Talvez não soubesses que eles existiam, mas existem, e deram muito jeito naquela segunda-feira em que Portugal e Espanha ficaram sem eletricidade durante horas e horas. Foi estranho, não foi? Não havia luz, não havia rede, os telemóveis não funcionavam, não se podia ligar a televisão para ver o que se estava a passar. Não havia ecrãs. Não sabíamos o que estava a acontecer.
Foi quando os rádios que funcionam a pilhas, que não precisam de corrente elétrica, perdidos em estantes ou esquecidos no fundo de gavetas, se transformaram em “heróis”, mantendo-se sempre a funcionar, transmitindo as emissões das rádios nacionais sem parar – que, aliás, fizeram um trabalho notável ao dar nota do que estava a acontecer, com reportagens em direto, ouvindo pessoas, escutando responsáveis por vários departamentos, políticos, bombeiros, proteção civil, abastecimento de combustíveis, tentando encontrar explicações e saber quando a eletricidade seria reestabelecida.
O país colou os ouvidos a esse pequeno aparelho, a única forma de comunicação nesse dia, para ir sabendo, minuto a minuto, segundo a segundo, o que ia acontecendo. As rádios não se apagaram graças aos seus transmissores, bem localizados, ligados a geradores preparados para entrar automaticamente em ação em caso de falha elétrica.
Aquela máquina, aquela simplicidade
A rádio é um meio de comunicação bastante antigo e os aparelhos que lhe dão vida também. Não, não estamos a falar em ouvir rádio, músicas, notícias, programas temáticos, seja o que for, no telemóvel ou no computador. Estamos a falar de um aparelho portátil, com botões, uma antena, pilhas, de cores e feitios diversos, pequeno em tamanho, fácil de transportar.
Os rádios a pilhas, talvez os teus avôs ou mesmo os teus pais tenham algum exemplar, sobrevivem a quase tudo. Foi o que aconteceu naquele longo dia do apagão, estiveram sempre ligados. Tecnicamente falando, é uma máquina simples, tem uma antena, não depende de cabos de fibra ótica, nem de códigos densos, e gasta pouca energia. Se as pilhas estiverem ok, pode funcionar durante dias ou semanas.
A luz no meio da confusão
Televisões apagadas, telemóveis sem net, e o rádio a pilhas cumpriu o seu papel na perfeição neste momento considerado de crise e de muitas dúvidas nas cabeças das pessoas. Ao manter o país atualizado, de ouvidos colados ao que ia acontecendo, a dar voz a tantas pessoas, reduziu-se um certo medo, uma certa estranheza, aquela ansiedade que ia crescendo à medida que as horas passavam, e evitou o caos. Mais uma vez, provou-se que a informação é importante e que faz muita diferença. As rádios portuguesas foram uma luz, a pilhas, no meio de um dia confuso e esquisito. A rádio, essa resistente.
Ele está no kit de emergência
De repente, um objeto esquecido no tempo ganha importância pela sua imensa utilidade num dia sem eletricidade. Mas, a verdade, é que o rádio a pilhas é um dos objetos do kit de sobrevivência da União Europeia para fazer face a situações de emergência. Ele lá está, na lista, a pilhas ou de manivela, para obter informações em caso de falha na rede elétrica. A comunicação é, caso não saibas, uma das necessidades básicas de sobrevivência, tal como hidratação, alimentação e saúde. Nesse kit, além do rádio, estão outras coisas, como água potável, alimentos, medicamentos, artigos de higiene pessoal, lanterna e pilhas de reserva.
Pequenos grandes objetos
Além do rádio a pilhas, há outros utensílios essenciais, e que convém ter à mão, não apenas quando a eletricidade falha, mas em outras situações de emergência. A saber: lanternas e pilhas de reserva, powerbank carregado, velas, fósforos ou isqueiro, fogareiros para cozinhar, caixas térmicas, filtros e purificadores de água, kit de primeiros socorros. Como diz o velho ditado: mais vale prevenir do que remediar. Nunca se sabe.