JN TAG - A existência de mais meios e equipamentos de deteção de abalos ajudam a explicar a sensação de que o fenómeno segue em crescendo, mas não só. E a emergência climática não deve ser riscada desta história.
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Se és daqueles que anda – e bem – atento à atualidade, aperceber-te-ás de que, com alguma frequência, surgem notícias relacionadas com sismos. Sejam os mais levezinhos, como aquele que em agosto do ano passado fez abanar camas e casas pelo país fora, sem nenhuma consequência de relevo, ou os mais mortíferos, como aquele que em 2023 causou mais de sete mil mortos na Turquia e na Síria. O que nos leva à questão: haverá hoje mais sismos do que antes? A resposta mais exata é esta: não há evidência de que sustente a ideia de um aumento gradual da atividade sísmica. Pelo contrário. Segundo o United States Geological Survey (Levantamento Geológico dos Estados Unidos), o número de grandes sismos tem-se mantido estável ao longo do último século. Também o British Geological Survey confirma que a média anual de grandes sismos não se tem alterado substancialmente.
Mais equipamentos, mais notícias
Então porque é que temos a sensação de que há mais sismos? Como se pode ler na página do Instituto Superior do Mar e da Atmosfera (IPMA), “o que aumentou consideravelmente nas últimas dezenas de anos foi a capacidade técnica de deteção sísmica e o número de equipamentos instalados” no Mundo. Há ainda um outro fenómeno, mais relacionado com as dinâmicas do próprio jornalismo, que ajuda a explicar esta perceção de que os sismos estão a aumentar. É que como há hoje mais canais de notícias e os sites de informação têm uma produção cada vez mais frenética, há acontecimentos sísmicos que antes passariam despercebidos e que hoje são notícia.
As famosas placas tectónicas
E como é que se explica a existência de sismos, ainda te lembras? Bem, a crosta terrestre é formada pelas famosas placas tectónicas, que estão em constante movimento. De cada vez que estas placas se empurram e se afastam, ou de cada vez que deslizam umas contra as outras, acumulam energia. É precisamente quando há uma libertação súbita dessa energia acumulada que se dá origem às ondas sísmicas e, por consequência, ao sismo.