Duas mulheres estão a ser julgadas, no Tribunal de Setúbal, pela agressão de uma professora, dentro de uma escola básica do concelho. A mãe de um aluno do estabelecimento de ensino foi acusada de agredir a docente com uma bofetada e um pontapé, quando instigada pela outra arguida, sua cunhada.
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Segundo a acusação do Ministério Público (MP), na manhã de 14 de dezembro de 2020, na Escola Básica da Bela Vista, uma docente separou dois alunos que andavam à bulha no recreio. Um deles, com dez anos, pisava o outro, de seis. Não obedecendo à ordem da docente para parar, o aluno foi agarrado pelo braço e levado para a sala de aula pela professora. À hora de almoço, foi para casa e queixou-se de ter sido agredido pela professora, o que levou a mãe, Soraia, e a tia, Lília, a dirigirem-se à escola, nessa tarde, para pedir satisfações.
Acompanhadas do rapaz, as mulheres entraram na escola e foram à procura da docente, que estava na sala de professores. Aqui, pediram a uma funcionária que a chamasse, o que foi feito. "Foi esta que te bateu?", perguntou a mãe ao rapaz, quando a professora apareceu. A criança de dez anos disse que sim.
Segundo o MP, "a ofendida negou prontamente a agressão [ao aluno] e, quando se preparava para explicar o que havia sucedido, Lília disse "dá-lhe agora", após o que Soraia desferiu uma bofetada na face direita da ofendida, pontapeando-a em seguida na perna esquerda".
As agressões cessaram devido à intervenção de outros docentes e funcionários. E a vítima pediu aos seus colegas para chamarem a polícia. Ao escutarem este pedido, as arguidas ameaçaram os docentes: "Se chamarem a polícia, vai ser pior". A polícia foi chamada à escola, mas, antes que chegasse, as suspeitas abalaram dali.
Dois dias depois, as arguidas voltaram ao estabelecimento com novas ameaças. "É tudo mentira, quem são as testemunhas? Se tenho a fama, entro por aí, começo numa ponta e acabo na outra e bato em todas", afirmou Soraia. Já a cunhada, segundo o MP, avisou que "tinha que ter uma conversinha com a mentirosa da professora".
As arguidas respondem agora por crimes ofensa à integridade física qualificada (uma delas por cumplicidade moral), e de coação agravada. Houve uma queixa por alegada agressão ao aluno, mas o MP arquivou esta parte por falta de provas.