O hacker Rui Pinto já reagiu à sua condenação a quatro anos de prisão, com pena suspensa. Na sua conta no X, antigo Twitter, o fundador do Football Leaks disse que terá muito para dizer sobre a sentença, mas que ainda não é a altura certa. Ana Gomes e Frente Cívica consideram decisão "justa" e "equilibrada".
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"Ouvi atentamente o resumo da sentença hoje proferida, e naturalmente há coisas que concordo, coisas que discordo, coisas pertinentes e coisas descabidas", escreveu na segunda-feira após ser conhecido o desfecho do seu julgamento, no Tribunal de Lisboa, que se saldou pela condenação por cinco crimes de acesso ilegítimo, três de violação de correspondência agravada e um de tentativa de extorsão.
"Terei muito para dizer acerca desta decisão, mas não será hoje o dia. É um capítulo que se encerra, e a luta continuará", prometeu o fundador do Football Leaks, que viu a juíza suspender a execução dos quatro anos de prisão a que fora condenado.
Pouco depois, Rui Pinto republicava no "X" um comentário dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF). A publicação da organização internacional realçava o "alívio" por Rui Pinto evitar a prisão e pelo reconhecimento da sua contribuição para o interesse público. Porém, a RSF lamentava "que a sua responsabilidade criminal não tivesse sido mais mitigada".
Decisão "justa" e "equilibrada"
Ana Gomes, uma das principais defensoras de Rui Pinto, classificou a condenação de "justa, considerando que admitiu ilegalidades, a manifestação de arrependimento e o extraordinário serviço público prestado contra o crime organizado em Portugal e na União Europeia".
Também a Frente Cívica considerou que a suspensão da pena era "equilibrada" pois, se os factos tinham sido dados como provados, era "inevitável" uma condenação. "Rui Pinto fez coisas más, por motivos duvidosos, mas dos quais saiu muita coisa boa: a informação relevante dos Football Leaks e dos Luanda Leaks", destacou a associação, na sua conta no "X".
João Paulo Batalha, vice-presidente da Frente Cívica, acrescentou ainda que "dar a Rui Pinto condições para colaborar com a Justiça é do mais elementar interesse público".