Celestino e Fernanda, ele de 78 anos e ela de 70, foram encontrados mortos, enforcados, ontem à tarde, em casa, no lugar do Beco, em Macinhata do Vouga, Águeda. O alerta foi dado às 16.20 horas. Minutos antes, o septuagenário terá telefonado ao filho de Fernanda e avisado: “A tua mãe já está e eu sou o próximo”.
Corpo do artigo
Num primeiro momento, o caso foi encarado como o de um homicídio seguido de suicídio, mas, com o correr das horas, as suspeitas de o homem ter matado a mulher perderam força. Ao fim da noite, fontes policiais apostavam mais na hipótese de um pacto suicida.
Na vizinhança, não eram conhecidos conflitos entre o casal, ambos ex-emigrantes no Luxemburgo, onde ainda têm casa e família. “Eram bons vizinhos, andavam sempre juntos e davam-se bem. Nunca se soube de problemas entre eles. Ele não podia estar bem mentalmente, se fez uma coisa dessas”, frisou uma vizinha, incrédula. E os familiares, segundo o JN apurou, também desconheciam desavenças entre Celestino e Fernanda, que estavam casados há vários anos, apesar de só terem filhos de relacionamentos anteriores.
Habitualmente, de manhã, o casal ia à padaria propriedade do filho de Fernanda, onde tomava o pequeno-almoço. Mais tarde, marido e mulher iam ambos almoçar ao restaurante do qual Ruben também é proprietário. Ontem, não foi exceção.
Apesar da curta distância entre o estabelecimento e a habitação, situada na rua do Cabeço, deslocaram-se de carro, como sempre. “Ele [Celestino] estava um pouco debilitado fisicamente, devido a um problema de saúde que teve há uns tempos. Fez reabilitação, ficou bem, mas agora andava a decair e tinha menos mobilidade de um braço e pouca agilidade nas mãos”, contou a mesma vizinha.
Cerca das 13 horas, Celestino e Fernanda deixaram o restaurante e, ao que tudo indica, terão rumado a casa. E foi por volta das 16 horas que o filho dela recebeu o telefonema suspeito do padrasto. O enteado deixou tudo e demorou poucos minutos até encontrar o padrasto e a mãe sem vida.
Os bombeiros de Águeda deslocaram-se ao local, onde os dois corpos foram encontrados. Chamada à habitação, a GNR passou o caso para a Polícia Judiciária, que tomou conta da investigação.