Paulo Branco garantiu à procuradora que ministérios de vários governos deram ordem ao organismo para subsidiar regatas, corridas ou eventos.
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O ex-diretor financeiro da Direção-Geral de Recursos de Defesa Nacional (DGRDN), Paulo Branco, recentemente acusado de corrupção e branqueamento de capitais, garantiu, durante um interrogatório conduzido pela procuradora titular do processo Tempestade Perfeita, que o organismo tinha de patrocinar todo o tipo de eventos, como corridas ou regatas, por conveniência pessoal de membros do gabinete do ministro da Defesa.
No interrogatório judicial, realizado no verão, Paulo Branco descreveu uma espécie de “regabofe” na atribuição de patrocínios e subsídios na DGRDN, implicando tanto governos do PS, como do PSD. O ex-diretor acusado de ter participado num esquema de corrupção com adjudicações de obras e serviços na Defesa disse ao Ministério Público que o organismo usava dinheiros públicos para satisfazer interesses pessoais. Exemplificou com pedidos do Ministério da Defesa para que a DGRDN patrocinasse eventos como a “regata de grandes veleiros”, em Lisboa.