Fernando Valente, que, esta segunda-feira, começa a ser julgado pelo homicídio da grávida da Murtosa, desaparecida há um ano e meio, declarou, no processo, que Mónica Silva não lhe "era nada sentimentalmente".
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Aquando do interrogatório judicial, que decorreu após a sua detenção, em novembro de 2023, Fernando Valente declarou à juíza de instrução criminal que era impossível ser o pai da criança, por só ter mantido relações sexuais com Mónica apenas uma vez, em janeiro de 2023. A grávida desapareceu em outubro quando estava com sete meses de gestação. Fernando garantiu também que, depois de janeiro, apenas teve apenas "sexo virtual", com a vítima.
Também segundo o depoimento então gravado, o empresário da Murtosa disse que "seria um desgosto" e "uma dor de cabeça", para si próprio e para os seus pais, Manuel Valente e Rosa Cruz, que agora serão as suas testemunhas de defesa no julgamento.
Fernando, 37 anos, que continua em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, em Gaia, foi mais longe, tendo declarado no interrogatório que Mónica não lhe era "nada sentimentalmente", acrescentando que a grávida "não era uma pessoa desprezada" por ele, mas que "não passava deste registo".
Ainda não se sabe se Fernando vai prestar declarações no julgamento. Caso opte pelo silêncio, a primeira sessão deverá ser preenchida com a audição dos áudios dos seus depoimentos, a 17 e 18 de novembro de 2023, após ter sido detido pela PJ.
O acusado é julgado por três juízas e quatro jurados, no Palácio da Justiça de Aveiro. O homem negou desde sempre a paternidade do nascituro, bem como ter algo a ver com o desaparecimento de Mónica Silva, muito menos com o homicídio.
Porém, o Tribunal da Relação do Porto já veio declarar que "a conjugação de todos os indícios recolhidos com as regras da experiência comum, apontam fortemente para a ocorrência do encontro entre Mónica Silva e Fernando Valente e o subsequente desaparecimento".