Três dos adeptos do Estoril Praia que insultaram um simpatizante do FC Porto, que estava com o filha ao colo, ficaram impedidos de aceder a recintos desportivos durante um ano. Têm também de pagar uma coima de 800 euros pela “prática de atos ou incitamento à violência ou intolerância no espetáculo desportivo”.
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A condenação foi anunciada, ao final da tarde desta terça-feira, pela Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) que, nos seis meses deste ano, emitiu 457 decisões condenatórias de carácter definitivo.
O caso aconteceu em setembro do ano passado, num jogo entre o Estoril Praia e o FC Porto, a contar para a 7.ª jornada da Primeira Liga. Ao minuto 36, quando festejava um golo dos dragões, que seria anulado, um adepto portista foi insultado pelos apoiantes da equipa da casa. Com a filha ao colo e em lágrimas, o homem foi obrigado a sair da bancada debaixo de insultos e ameaças.
Na ocasião, o presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, e o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, mostraram-se indignados com o sucedido. E, agora, a APCVD anunciou que “três adeptos, de 22, 43 e 51 anos, residentes em Cascais, que estavam já cautelarmente impedidos de aceder a recintos desportivos até final do processo de contraordenação, foram condenados na sanção acessória de proibição de acesso a recintos desportivos pelo período de 12 meses, para além de pagamento de coima no valor de 800 euros, pela prática de atos ou incitamento à violência ou intolerância no espetáculo desportivo”.
A condenação aconteceu em 11 de maio deste ano e ganhou carácter definitivo este mês. Ou seja, os condenados já não podem recorrer da decisão.
Já 21 adeptos do Benfica podem contestar a sanção que lhes foi aplicada. Os benfiquistas “foram cautelarmente impedidos de aceder a recintos desportivos até ao final dos respetivos processos de contraordenação”, após terem sido sinalizados a usar artefactos pirotécnicos, no estádio da Luz e no Marquês de Pombal, local onde os encarnados festejaram o título de campeão nacional.
Insultos racistas valem castigo
Proibido de entrar em estádios e pavilhões ficou também um adepto, de 47 anos, residente no Porto, por insultos racistas a um jogador. “O incidente ocorreu no jogo entre o Leixões SC e o SCU Torrense, a contar para 12.ª jornada da Segunda Liga”, explica o organismo liderado por Rodrigo Cavaleiro.
Insultos racistas a um jogador justificaram ainda a condenação de um adepto, de 30 anos, residente em Oliveira do Bairro. “O incidente ocorreu no jogo entre o Mamarrosa FC e o UD Mourisquense B, referente à 15.ª jornada do Campeonato Distrital 2.ª Divisão, Futebol Masculino, Zona Sul”, descreve a APCVD.
Já no desafio entre o Sporting Clube de Lamego e o Nespereira Futebol Clube, referente à 18.ª jornada da Divisão de honra – Série Norte, foram insultos e ameaças à equipa de arbitragem e elementos da equipa visitante que valeram um castigo a um adepto, de 43 anos, residente em Lamego. Tem de pagar uma coima no valor de mil euros e fica dez meses proibido de entrar em recintos desportivos.
Há 370 pessoas proibidas de entrarem em recintos desportivos
Segundo dados do Ponto Nacional de Informações sobre Desporto, atualmente há 370 pessoas impedidas de aceder a recintos desportivos. A maioria das interdições foram decretadas pela APCVD e as restantes por Tribunais Judiciais.
Em cerca de quatro anos, a APCVD aplicou cerca de 1100 interdições de acesso a recintos desportivos, das quais cerca de 900 já entraram em vigor.