Administrador do F. C. Porto suspeito de combinar com Madureira calar a oposição
O administrador do F. C. Porto, Adelino Caldeira, é suspeito de ter combinado com Fernando Madureira, líder dos Super Dragões detido esta quarta-feira, o silenciamento das vozes de oposição a Pinto da Costa, favoráveis a André Villas-Boas, durante a Assembleia Geral (AG) que visava a alteração dos estatutos do clube.
Corpo do artigo
De acordo com informações recolhidas pelo JN, a investigação entende que Adelino Caldeira, através do oficial de ligação aos adeptos, Fernando Saul, detido na "Operação Pretoriano", definiu uma estratégia para garantir a alteração dos estatutos e silenciar vozes dissonantes.
O Ministério Público (MP) acredita que, para isso, Adelino Caldeira e Fernando Saúl contaram com o apoio de Fernando Madureira, e da mulher deste, que é vice-presidente dos Super Dragões, para fazerem entrar dentro da AG, que era reservada aos sócios, um número elevado de elementos da claque.
O MP garante que foi Fernando Madureira quem, no dia 13 de novembro, forneceu, junto do parque P1 do Estádio do Dragão, pulseiras de acesso à AG a elementos da claque que não eram sócios.
Com isso, Madureira e Hugo "Polaco", outro membro da claque portista, quereriam colocar, o mais rapidamente possível, pessoas da sua confiança no interior do auditório onde ia decorrer a assembleia e onde cabiam apenas 400 pessoas.
"Insinuações destituídas de sentido"
Contactada pelo JN, fonte próxima de Adelino Caldeira disse que "essas insinuações são completamente destituídas de sentido", afirmando "serem uma efabulação, sem correspondência com a realidade". "Iremos agir, na altura própria, contra quem tenha levantado essas falsas suspeitas", afirmou a mesma fonte.
Esta quarta-feira, Fernando Madureira, a mulher deste, o conhecido portista e empresário Vítor Catão e o oficial de ligação aos adeptos Fernando Saúl, assim como outros oito suspeitos, foram detidos pela PSP por alegados crimes de ameaças, coação, dano e ofensas à integridade física.