Clóvis Abreu, suspeito da morte do agente da PSP Fábio Guerra em março de 2022, entregou-se às autoridades esta segunda-feira de manhã, após mais de um ano sem se apresentar à Justiça. O advogado Aníbal Pinto diz que o seu cliente "nunca esteve fugido".
Corpo do artigo
Aos jornalistas, Clóvis mostrou-se ansioso com a presença da comunicação social e insistiu que "não quer falar" , mantendo-se em silêncio quando questionado se sente arrependimento ou quais os motivos que o levaram a entregar-se.
O suspeito vai pernoitar no estabelecimento anexo à Polícia Judiciária e será presente amanhã a tribunal para conhecer as medidas de coação, arriscando ficar em prisão preventiva a aguardar julgamento, uma possibilidade pouco provável, acredita o advogado Aníbal Pinto.
"Para que ele seja privado da liberdade é preciso que exista um dos pressupostos do artigo 204 do Código Penal e entendo que não há nenhum. Não há perigo de fuga, não há perigo de continuação da atividade criminosa", disse aos jornalistas à porta do DIAP.
Clóvis Abreu, que estava fugido desde a data do crime, está indiciado por homicídio qualificado em co-autoria com dois ex-fuzileiros que já foram julgados e condenados, mas Aníbal Pinto continua a afirmar que o terceiro suspeito não participou no crime.
"Da visualização das imagens, que foram tornadas exaustivamente públicas, Clóvis nunca atingiu o agente que veio a falecer, nunca sequer esteve perto dele , e isto tem de ficar claro. Se as testemunhas atribuem agressões que não estão nas imagens, devem estar equivocadas", frisou, acrescentando que o cliente tinha "vontade de se apresentar há muito tempo ", mas "nunca foi notificado para o fazer e, portanto, tornou a fazer outro requerimento e teve a resposta e hoje apresentou-se". "Para mim, nunca esteve fugido porque nunca foi notificado para ser presente", defendeu ainda.
Vários familiares e amigos de Clóvis aguardavam a sua chegada ao DIAP, esta manhã de segunda-feira, mas não quiseram prestar declarações aos jornalistas, garantindo apenas a inocência do suspeito.