João Lopes, o advogado acusado de ter feito o elo de ligação para um pacto corruptivo entre os construtores e o ex-vice-presidente da Câmara de Gaia, garantiu esta terça-feira, no tribunal, que Patrocínio Azevedo "está inocente" e "não obteve qualquer vantagem".
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O jurista, que está em prisão domiciliária desde maio de 2023, e que pode ser a "peça chave" neste julgamento, onde Patrocínio não se cansa de jurar a sua inocência, garantiu que foram para si os recebimentos de dinheiro que constam em SMS intercetadas pela investigação.
Com o objetivo de abalar a acusação, que fala de 120 mil euros que lhe teriam sido entregues para remeter a Patrocínio, José Lopes diz que tem "ideia" de receber 25 mil euros dos promotores Paulo Malafaia e Elad Dror, mas a título de honorários de advogado.
Quanto ao alegado recebimento, em 2021, de mais 100 mil euros, em notas, numa casa de banho do Norte Shopping, João Lopes negou e lamentou: "foi pena a equipa de vigilância [da PJ] não ter feito a interceção. O mito dos 100 mil desaparecia naquele momento".
Nesta sessão, a sétima, Patrocínio Azevedo voltou a admitir ter recebido, por altura dos natais de 2019/20/21, três relógios das mãos do advogado-co-arguido. Nunca os valorizou, diz, mas quando se apercebeu que eram valiosos, devolveu-os a João Lopes.