Advogado de José Sócrates disse a uma jornalista que "cheirava mal" e "devia tomar banho". Tânia Laranjo vai apresentar queixa, no Ministério Público e na Ordem dos Advogados. Veja o vídeo.
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A jornalista Tânia Laranjo, do "Correio da Manhã", vai apresentar uma queixa-crime ao Ministério Público contra o advogado de José Sócrates, João Araújo, e uma outra à Ordem dos Advogados, disse a própria, à agência Lusa.
Em causa está a forma como João Araújo se dirigiu à jornalista no final da apreciação do pedido de "habeas corpus" pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em que lhe sugeriu que "tomasse mais banho" porque "cheira mal".
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A jornalista apresentará uma queixa em nome próprio, patrocinada pelo jornal "Correio da Manhã" (CM), ao Ministério Público e outra à Ordem dos Advogados.
Em declarações à "Correio da Manhã TV", o diretor do CM, Octávio Ribeiro, disse que o "jornal está disposto a processar" João Araújo.
A agência Lusa contactou o Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, mas, até cerca das 15 horas, ainda não tinha dado entrada qualquer queixa contra o advogado do ex-primeiro-ministro.
As declarações de João Araújo ocorreram junto ao edifício do STJ, onde, esta segunda-feira, foi analisado e rejeitado o pedido de libertação imediata ("habeas corpus") de José Sócrates apresentado pela defesa do ex-primeiro-ministro, num caso que teve como relator o juiz conselheiro Santos Cabral.
Na providência dirigida ao Supremo, a defesa de Sócrates alegava que o juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), deveria ter revisto a medida de coação de prisão preventiva ao fim de três meses, mas que ultrapassou esse prazo, e questiona também a competência do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e do TCIC para analisaram factos que alegadamente remontam ao período em que Sócrates era primeiro-ministro, pelo que a investigação caberia, por lei, ao STJ.
À saída da audiência do Supremo Tribunal de Justiça para decidir sobre o pedido de libertação imediata (habeas corpus) de José Sócrates, João Araújo recusou falar com os jornalistas.