O advogado de Diogo Lacerda Machado, Manuel Magalhães e Silva, disse que a Operação Influencer foi um “show-off”, criticando os magistrados do Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
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“Este processo acabou aqui. Estas detenções durante seis noites e neste contexto é o show-off que tem acontecido”, disse Magalhães e Silva para quem a investigação fica manchada com vergonha.
“Deve envergonhar sobretudo os mesmos magistrados do Ministério Público que com os indícios que tinham se permitiram fazer esta determinação”, afirmou o advogado à saída do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
O advogado do “melhor amigo” de António Costa acredita ainda que a investigação visando o primeiro-ministro ficou esvaziada.
“A partir do momento em que o que está em causa é um tráfico de influências com as características menores que este tem, mais a obtenção indevida de vantagem, nada disto tem que ver, o que quer que seja, com o primeiro-ministro", disse Magalhães e Silva que rematou "esta decisão põe fim ao delírio do Ministério Público".
Já o advogado Tiago Félix da Costa, advogado de Rui Neves, administrador da empresa Start Campus, declarou que a “falta de indícios” levou à queda do crime de corrupção.
"O Ministério Público reconheceu que o crime de corrupção não estava fortemente indiciado depois do seu interrogatório e daquilo que se passou aqui", disse, acrescentando que sai do Campus de Justiça com "'mixed feelings' porque estas pessoas passaram o horror durante cinco dias".
“Acho que este processo é um bom prenúncio para se fazer uma reflexão profunda sobre a Justiça", afirmou ainda.
Diogo Lacerda Machado, considerado o principal arguido, foi detido na passada terça-feira por suspeitas de corrupção e tráfico de influência. O Ministério Público pediu que fosse colocado em prisão preventiva, mas o juiz aplicou-lhe a prestação de uma caução de 150 mil euros, com a proibição de se ausentar do país e entrega do passaporte.
O advogado do administrador da Start Campus Rui Oliveira Neves considerou que se "fez justiça" com a aplicação da medida de Termo de Identidade e Residência (TIR) ao seu constituinte.
"Rui Oliveira Neves é inocente. Todos os que o conhecem pessoalmente e profissionalmente sabiam disso. A Justiça começou a dar o primeiro passo para o confirmar", enfatizou o advogado, congratulando-se que o próprio Ministério Público (MP) tenha reconhecido que "o crime de corrupção não estava fortemente indiciado" após o interrogatório feito ao arguido pelo juiz Nuno Dias Costa.
Não tendo o juiz validado a indiciação de prevaricação e corrupção imputado a Rui Oliveira Neves, mas de tráfico de influência e oferta indevida de vantagem, o advogado Tiago Félix da Costa entendeu que, "a seu tempo", até o que restou dos crimes imputados ao administrador da Start Campus será devidamente esclarecido e rebatido pela defesa. "Daqui até ao julgamento, falta muito", lembrou.
Nas palavras do advogado, a decisão do tribunal relativamente ao seu cliente foi uma "vitória para a Justiça", sobretudo porque neste processo seria "sempre sensível e muito delicado" tomar uma decisão como aquela que o juiz proferiu.