Manuel Serrão foi constituido arguido na passada terça-feira, mas "não foi confrontado com nenhum facto", afirmou ao JN Pedro Marinho Falcão, advogado do empresário. Já Júlio Magalhães, também alvo de buscas, "não foi constituído arguido, muito menos ouvido", assegurou o seu advogado Guilherme Figueiredo.
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Contactado pelo JN, Pedro Marinho Falcão confirmou que o seu cliente foi constituído arguido. "Não foi confrontado com nenhum facto. Tratou-se de uma diligência formal de constituição como arguido e ficou apenas com Termo de Identidade e Residência", disse Marinho Falcão, frisando que a investigação vai continuar o seu curso, "permitindo que, a partir de agora, Manuel Serrão tenha acesso ao processo na qualidade de arguido".
Ao contrário do que chegou a ser noticiado por alguns órgãos de comunicação social, Júlio Magalhães, que também foi alvo de buscas em março deste ano, não foi constituído arguido. Contactado pelo JN, Guilherme Figueiredo, advogado do jornalista, esclareceu que o seu cliente "não foi constituído arguido, muito menos ouvido".
Ao que o JN apurou, o Ministério Público avançou agora para a constituição como arguido de Manuel Serrão no interesse da investigação. O empresário, o jornalista, bem como gestores e funcionários do AICEP são suspeitos de integrarem um esquema criminoso de desvio de vários milhões de euros em fundos europeus.
A 19 de março, no âmbito da Operação Maestro, foram cumpridos 78 mandados de busca, 31 domiciliárias e 47 não domiciliárias, que visaram "a recolha de elementos probatórios relacionados com fortes suspeitas da prática dos crimes de fraude na obtenção de subsídio, fraude fiscal qualificada, branqueamento e abuso de poder e que lesaram os interesses financeiros da União Europeia e do Estado português".