O Ministério Público (MP) de Santarém manteve as acusações de homicídio negligente contra a fadista Cristina Branco e Ivo Lucas, antigo namorado de Sara Carreira. Os dois outros condutores envolvidos no acidente que provocou a morte da cantora em dezembro de 2020, na A1, irão responder por condução perigosa e infrações ao Código da Estrada. Um deles, que está na origem do sinistro, conduzia com uma taxa de 1,18 gramas de álcool por litro de sangue e a 30 quilómetros por hora na autoestrada. Mas o MP entendeu que não tinha culpa na morte da filha de Tony Carreira.
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Em fevereiro, o Tribunal de Instrução Criminal de Santarém devolveu a acusação ao MP, por existirem omissões na qualificação jurídica do despacho.
A 16 de novembro, a procuradora Zita Jorge promoveu uma nova acusação, mantendo as mesmas imputações criminais aos condutores, contrariando a vontade da família Carreira.
Tony queria que Paulo Neves, 59 anos, residente no Cacém, fosse acusado de homicídio negligente por ter sido esse condutor a provocar a série de embates. Circulava abaixo do limite mínimo de 50 quilómetros por hora e com álcool no sangue.
Mas o MP entendeu não existir um nexo causal entre a velocidade a que este circulava e a morte da cantora. "O acidente ter-se-ia igualmente verificado", se o condutor circulasse a 50 quilómetros à hora, explica o MP, na acusação a que o JN teve acesso.
Para a procuradora, a fadista que seguia atrás do primeiro condutor não manteve uma distância suficiente entre os veículos para travar atempadamente e evitar o primeiro choque.
O segundo embate deu-se quando o Range Rover Evoque, conduzido por Ivo Lucas a pelo menos 130 quilómetros por hora, embateu no Volvo de Cristina Branco, tendo capotado várias vezes até parar a cerca de 100 metros. Sara, garante o MP, faleceu da violência desta colisão.
O quarto condutor, Tiago Pacheco, que circulava a pelo menos 146 quilómetros por hora, acabou por provocar a última colisão, com o Evoque.