Edgar Costa, jogador do Marítimo, acusou um agente de futebol de o ter tentado subornar, em maio de 2016, com 30 mil euros, para "jogar mal e não rematar à baliza" num jogo com o SL Benfica.
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O ainda atleta do clube madeirense terá prestado depoimento sobre o caso - noticiado esta sexta-feira pelo jornal Expresso - à procuradora do Ministério Público Andrea Marques no dia 25 de junho de 2019. Edgar Costa contou que, dias antes do jogo contra o Benfica, a 6 de maio de 2016, recebeu uma chamada de um alegado empresário de futebol a marcar um encontro no Pestana Casino Park, no Funchal.
O jogador do Marítimo aceitou o convite para o encontro, julgando que pudesse estar em causa uma proposta para a sua carreira, e deparou-se com um homem, que descreveu fisicamente à procuradora, que o convidou a subir a um quarto, onde estava outro indivíduo.
A proposta que ouviu não dizia respeito à sua carreira, mas ao jogo que daí a alguns dias o seu clube iria disputar com o Benfica. Segundo o depoimento citado pelo "Expresso", os dois interolocutores de Edgar Costa disseram-lhe que estavam ali "em nome do Benfica" e ofereceram-lhe 30 mil euros, se "estivesse disposto a jogar mal e a não rematar à baliza".
Terão, ainda, prometido novo contrato noutro clube, sem referir qual, mas o jogador não aceitou, pois queria continuar "um homem livre". Os seus interlocutores ainda lhe terão dito para pensar "bem", mas em vão.
O futebolista acabou por reconhecer o alegado empresário, em fotografias que lhe foram mostradas pela magistrada Andrea Marques. Tratava-se de Miguel Pinho, da Positionnumber, que representa os futebolistas Bruno Fernandes e Nuno Mendes.
Ao "Expresso", o empresário afirmou que a acusação é "descabida e sem fundamento".
No seu depoimento à procuradora, Edgar Costa referiu, igualmente, ter "ouvido falar" de uma oferta de 400 mil euros, por parte do Sporting, destinados a toda a equipa do Marítimo, caso vencessem o Benfica. Este venceria os insulares por 2-0, num jogo que Edgar Costa considerou "normal".