"Perdi a cabeça". É assim que Alfredo Maio, 71 anos, reage dias após ter esmurrado um médico minutos depois de ter tido a notícia da perda da mulher, na Urgência do Hospital de Vila Real.
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Assume que aquele murro continha toda a raiva e nervosismo devido à perda, mas também acusa o clínico de lhe ter faltado ao respeito, durante a tarde.
Maria Adelina Dias, que tinha doença de Parkinson, chegou ao Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro com dificuldades respiratórias, na terça-feira de manhã, e foi assistida por um médico da Urgência, com 67 anos.
Após uma primeira consulta, Alfredo Maio foi informado de que a mulher teria de fazer um exame ao coração, um raio-x aos pulmões e análises ao sangue. Só que, depois de "uma hora e tal" à espera para fazer a colheita de sangue, o marido foi ao balcão de atendimento questionar o atraso. "Disseram-me que não tinham sido sequer marcadas", recorda o viúvo, que foi tirar satisfações com o médico. "Sem mais nem menos, chamou-me mal-educado e disse que eu estou habituado a guardar vacas", conta Alfredo Maio, que não gostou da resposta, mas diz ter permanecido calado e voltado para junto da mulher.