Alerta de moradora levou a captura de evadidos de Alcoentre. Hélder e Augusto caminhavam na berma da EN1

Uma moradora do lugar de Espinheira estranhou ver dois homens, vestidos de preto, a caminhar àquela hora na Rua Vale de Vigário e deu o alerta
Foto: D.R.
Durou pouco mais de 12 horas a fuga dos dois reclusos que se evadiram da cadeia de Alcoentre, na Azambuja. Hélder Malheiro, 37 anos, e Augusto Cabral Dinis, 44, foram apanhados a cerca de cinco quilómetros do estabelecimento prisional.
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Caminhavam, sozinhos, na berma da Estrada Nacional 1, no lugar de São Salvador, na União de Freguesias de Lamas e Cercal, já no concelho do Cavaval.
A fuga, confirmou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, ocorreu pelas 18.20 horas desta segunda-feira. Porém, refere o capitão João Costa, da GNR, só foi sinalizada às 19 horas e comunicada ao posto da Guarda mais próximo 15 minutos depois. "Tentámos logo perceber como é que tinha ocorrido a fuga e percebemos que não foi usada nenhuma viatura. Os reclusos fugiram apeados e não tinham o perfil dos presos que se evadiram de Vale de Judeus", descreve o oficial.
A partir daqui, a GNR colocou rapidamente os militares do Núcleo de Investigação Criminal, que atuam "à civil" e com discrição, a vigiar os acessos às principais estradas. Também recorreu a um drone com sensores térmicos para tentar detetar movimentações nas zonas de grande arvoredo que rodeiam a cadeia de Alcoentre. Nenhuma destas ações, contudo, permitiu localizar os fugitivos.
Só pelas 3 horas surgiu a primeira pista. Uma moradora do lugar de Espinheira, na União de Freguesias de Lamas e Cercal, estranhou ver dois homens, vestidos de preto, a caminhar àquela hora na Rua Vale de Vigário e deu o alerta. "O local fica a cerca de cinco quilómetros da cadeia de Alcoentre e a moradora já tinha conhecimento da fuga", justifica o capitão João Costa.
Foram, então, deslocados para aquele local os cerca de 12 guardas que estavam no encalço dos evadidos e dois deles encontrariam pegadas que os levou a um velho e isolado barracão. "O armazém estava há muito desativado, mas havia sinais de presença humana recente. O chão tinha água", revela o capitão João Costa.
A partir desse local, iniciaram-se novas "batidas" que permitiram detetar mais pegadas, que encaminharam os guardas até à Estrada Nacional 1. Percorrido um pequeno troço desta via, os militares encontraram os dois fugitivos, caminhando lado a lado, na berma, perto do cruzamento de São Salvador, em Lamas e Cercal. Eram 6.45 horas de terça-feira.
"Estavam sozinhos e não ofereceram resistência. Também não tinham como fugir, porque a estrada, naquele local, está vedada por rede", sublinha o oficial da GNR. Hélder Malheiro e Augusto Cabral Dinis foram levados para o posto de Aveiras e mantiveram-se em silêncio durante o interrogatório feito pelos guardas. Pouco depois, foram entregues aos guardas prisionais e regressaram à cadeia de Alcoentre.
"Os reclusos encontram-se em medida cautelar de confinamento enquanto decorre o processo disciplinar e os procedimentos de afetação a regime de segurança", declara a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.

