Aluno que agrediu professora e mordeu colega tem 40 anos e está a uma cadeira de acabar o curso de Direito
O aluno da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa que na terça-feira agrediu uma professora e mordeu um colega, após ter visto a sua prova anulada por suspeita de fraude, tem cerca de 40 anos e estaria a repetir a cadeira de Direito Comercial II pela quinta vez, a única que lhe faltaria para concluir o curso.
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Fonte da PSP disse, esta quinta-feira, ao JN, que o caso ocorreu pelas 16.30 horas de dia 22 de julho, quando elementos daquela força policial foram acionados para uma ocorrência de "desacatos" naquela instituição de Ensino Superior.
"Após verificar que um estudante estaria com comportamentos suspeitos de estar a cabular no decorrer do exame, a professora responsável na sala terá abordado o aluno, que, após ser chamado a atenção, terá inicialmente proferido impropérios, tendo, em ato contínuo, arremessado a mochila na direção da mesma", referiu a fonte.
Seguidamente, o estudante ter-se-á agarrado ao pescoço da professora, puxado os cabelos da mesma e desferido diversos golpes com a cabeça da docente contra uma mesa.
Um dos alunos presentes na sala também terá tentado afastar o agressor, mas acabou por ser mordido. Uma segunda docente terá ainda sido alvo de tentativa de agressões.
Antes daquele episódio de violência, e quando confrontado com as cábulas, o aluno terá dito em voz alta, segundo relatos de colegas, que estaria há cinco anos a tentar passar àquela disciplina e que era a única que lhe faltava para concluir o curso.
O JN contactou, esta quinta-feira de manhã, o Gabinete de Comunicação e Imagem da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que remeteu para o comunicado divulgado ontem pela instituição. "Os pormenores do caso integram o procedimento disciplinar e as queixas à PSP", referiu fonte oficial, sem responder às questões enviadas pelo nosso jornal.
Após as agressões, os dois feridos foram, posteriormente, transportados para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Quanto ao suspeito, foi identificado, mas não detido, acrescentou a fonte policial.
Alvo de dois processos
Em comunicado assinado pelo seu diretor, Eduardo Vera-Cruz Pinto, a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa anunciou que o estudante foi, preventivamente, suspenso "de todas as atividades escolares" e vai ser alvo de dois processos: um disciplinar e outro criminal, tendo a instituição já anunciado que se irá constituir como assistente "no processo penal que se seguirá".
Assegurando que, após o episódio, "foram imediatamente realizadas todas as participações e diligências" necessárias, a Faculdade de Direito informou ainda que está a prestar às docentes, a quem já manifestou a sua solidariedade, "todo o tipo de apoio que for adequado e necessário".
"A Faculdade de Direito de Lisboa é intransigente em relação a este tipo de comportamentos visando os seus docentes, bem como quanto a qualquer situação que ponha em causa a segurança e o bem-estar da sua comunidade académica", concluiu Vera-Cruz Pinto.