Novo procurador-geral da República liderou DCIAP, que vai ser alvo de uma auditoria extraordinária, de 2013 a 2019. Morosidade das investigações é uma das questões analisadas
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É uma consequência inesperada da morosidade da Justiça: cinco anos depois de ter abandonado a direção do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Amadeu Guerra, 69 anos, toma amanhã posse como procurador-geral da República (PGR) sabendo já que o seu trabalho passado vai estar indiretamente sob escrutínio de uma inspeção extraordinária àquela dependência do Ministério Público (MP), na qual se investiga criminalidade económico-financeira mais complexa, incluindo corrupção.
A fiscalização, que incide ainda sobre outros quatro departamentos do MP, foi aprovada há menos de três semanas pelo Conselho Superior do MP, presidido por inerência pelo PGR, e segundo noticiou então o “Observador”, nasceu sobretudo do incómodo gerado por as chamadas “rendas excessivas” da EDP estarem sob investigação há 12 anos. É, por isso, expectável que, entre outros aspetos, a inspeção extraordinária procure descobrir eventuais falhas de funcionamento que expliquem o porquê de um inquérito demorar tanto tempo até ser encerrado.