Educadora acusada de maus-tratos pelo Ministério Público e suspensa pela Misericórdia de Tondela já voltou ao serviço.
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Uma auxiliar do infantário da Santa Casa da Misericórdia de Tondela foi acusada pelo Ministério Público (MP) de dois crimes de maus-tratos a crianças. A mulher, de 62 anos e com 35 de casa, terá colocado spray ambientador na fralda e genitais de dois meninos por causa do cheiro. O caso chegou às autoridades após denúncia de uma colega de trabalho.
"Durante o ano de 2019 até meados de fevereiro de 2020, a arguida por diversas vezes colocou spray ambientador na fralda de duas crianças, quando lhes mudava a fralda, por não gostar do cheiro das fezes e de forma a disfarçar o mesmo", refere o MP. A mulher "por vezes colocou o spray nos genitais das crianças" e noutras "na fralda", provocando com isso "desconforto, vermelhidão e irritações na zona das nádegas".
O caso está sob a mira da justiça, mas também já foi investigado pela Misericórdia de Tondela, que deu como provados os factos relatados na acusação.
O inquérito da Santa Casa apurou ainda que a educadora "não reagia muito bem" quando via as crianças sujas. "Falava em voz alta para as mesmas e recusava dar-lhes bolachas porque entendia que se elas comessem faziam ainda mais cocó", pode ler-se no processo. A mulher foi suspensa uma semana, com perda de retribuição e antiguidade durante esse período. Recorreu para o Tribunal de Trabalho, mas desistiu.
Pormenores
Defesa fala em "cabala"
Liliana Almeida, advogada da arguida, disse ao JN que "tudo o que está na acusação não é verosímil" e fala numa "cabala" montada por uma colega que está em conflito com a sua cliente.
Caso "ultrapassado"
O provedor da Santa Casa de Tondela garantiu que "foi feito tudo conforme a mesa entendeu". "Para nós o problema está ultrapassado", afirmou Carlos Cunha.