Um amigo da grávida da Murtosa, desaparecida há um ano e meio, negou a eventual paternidade do bebé que Mónica Silva esperava. Foi ouvido, ontem no Tribunal de Aveiro, como testemunha na última sessão de julgamento de Fernando Valente, acusado de matar e esconder o corpo de Mónica.
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O jovem, inquirido durante cerca de uma hora, respondeu a todas as perguntas, explicando ser amigo das duas irmãs gémeas, que conheceu através de amigos comuns, em Aveiro, em 2022, considerando-se apenas um amigo e não um antigo namorado de Mónica Silva.
Logo após o desaparecimento, o jovem foi apontado como podendo ser o pai do bebé, mas, rapidamente, todos os familiares da vítima, principalmente a gémea, Sara Silva, confidente da irmã, garantiram que o pai era Fernando Valente.
Também Celeste Barbosa, a mãe de Mónica Silva, assim como o seu pai, Alfredo Silva, além do filho mais velho da grávida da Murtosa confirmaram que a vítima lhes contara por várias vezes que o pai era Fernando Valente.
No dia e hora do desaparecimento de Mónica Silva, a 3 de outubro de 2023, este amigo estava a jantar com um grupo de pessoas numa outra região do país, pelo que nunca foi sequer considerado suspeito pela Polícia Judiciária.
Alegações finais
Na décima e última sessão antes das alegações finais, marcadas para o próximo dia 11 de junho, ainda se ouviram os áudios das declarações do arguido no primeiro interrogatório judicial, terminando a fase da produção de prova.
Segundo um comunicado do juiz Jorge Bispo, presidente da Comarca Judicial de Aveiro, as alegações finais já serão abertas ao público, uma vez que o Tribunal do Júri, presidido pela juíza Diana Tavares Nunes, considerou que os fundamentos para ter mantido o julgamento à porta fechada já não subsistirão nessa altura.
O julgamento realizado com tribunal de júri, composto por três juízes de carreira e oito jurados, decorreu à porta fechada, sem a presença de público e de jornalistas, por decisão da juíza titular do processo.
O objetivo foi proteger a dignidade pessoal da vítima face aos demais intervenientes envolvidos no julgamento e ainda para não afetar os seus dois filhos menores, atualmente com 15 e 12 anos.