“O Xió levantou-se, foi ao bolso e abriu a faca para começar a tentar dar socos com a faca no meio dos dedos”. A descrição foi feita aos juízes do Tribunal de Guimarães por Ricardo Dias, um dos amigos de Hugo Ribeiro, morto à porta da discoteca Noa, em S. Cosme, Famalicão, em março de 2022.
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Naquela noite, a vítima mortal estava acompanhado de Ricardo, Cláudio e Rodrigo, que testemunharam, esta semana, no julgamento de Diogo “Xió” e Bruno “Espanhol”, acusados do homicídio de Hugo.
A testemunha contou aos juízes que o Xió deu-lhe um estalo na mão, ao que Ricardo respondeu com um soco. “Ele caiu, levantou-se para atacar o Hugo. Eu agarrei-o e mandei-o escadas abaixo”, afirmou. Segundo descreveu Ricardo, “Xió” abriu a faca e andaram à volta de um vaso envolvidos uns com os outros. “Vi-o a dar um soco ao Hugo com a faca no meio dos dedos, mas não vi onde acertou”, afirmou.
Entretanto, segundo contou a testemunha, estra conseguiu esconder-se no meio dos carros que estavam no estacionamento da discoteca e os seus amigos (Hugo, Rodrigo e Cláudio) fugiram para fora do estacionamento. Pouco depois, também conseguiu fugir para o exterior tendo encontrado os amigos ao fundo da rua. Esconderam-se mas, algum tempo, depois voltaram à discoteca. “Bati com a pedra na porta [da discoteca] a dizer para soltarem o Hugo”, disse referindo às magistradas que ninguém abriu a porta.
Entretanto, Ricardo Cláudio e Rodrigo foram-se embora no carro estacionado à porta da disco. A testemunha garante não ter visto Hugo no chão, tal como afirmou Cláudio Gomes, no seu depoimento.
Hugo Ribeiro terá sido encontrado no chão do estacionamento da discoteca. Segundo a acusação terá sido esfaqueado várias vezes por “Xió” e “Espanhol” tê-lo-á atingido com uma pedra.
Na primeira sessão do julgamento, os dois arguidos disseram-se inocentes e apresentaram versões diferentes e até contraditórias dos acontecimentos.
Também Cláudio Gomes, um outro amigo da vítima mortal disse em tribunal que houve um “desentendimento” entre Diogo e Ricardo com “troca de socos e pontapés”. Assumindo ter dado um pontapé “ao individuo da faca”, que apontou ser Xió. Referiu ainda que quando Ricardo dá um soco ao alegado homicida este “tirou a faca e começou a distribuir [socos] para todo o lado”.
“Cada um fugiu para seu lado”, afirmou contando que foram bater à porta da discoteca à procura de Hugo, assumindo que levavam pedras na mão “para defesa”. Não tiveram resposta e por isso foram embora. Há nova sessão esta segunda-feira.