Amnistia papal safa treinador acusado de assediar mulheres futebolistas
O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) extinguiu, na quarta-feira, as cinco infrações disciplinares muito graves que fizeram com que o ex-treinador da equipa feminina do Famalicão, Miguel Afonso, fosse castigado com 35 meses de suspensão e a uma multa de 5.100 euros por assédio sexual e discriminação.
Corpo do artigo
Em causa está a lei da amnistia aprovada por causa da vinda do Papa a Portugal no âmbito da Jornada Mundial da Juventude. "Delibera o Colégio Arbitral, por maioria: considerar aplicável a Lei n.º 38-A/2023 de 2 de agosto, que estabelece o perdão de penas e amnistia de infrações, ao caso concreto e considerar abrangidas pela amnistia as infrações pelas quais o demandante foi condenado, as quais são declaradas extintas", lê-se no acórdão de 18 de outubro de 2023, a que o JN teve acesso, assinado pelo presidente Carlos Lopes Ribeiro.
Miguel Afonso começou por ser denunciado, em setembro de 2022, por jogadoras do Rio Ave, onde tinha sido treinador na época desportiva 2020/21. Tais queixas fizeram surgir outras, de mulheres futebolistas também treinadas por Miguel Afonso. Foram os casos de jogadoras do clube Bonitos de Amorim (2019/20), da Ovarense (2021/22) e, por fim, do Famalicão (2022/23), que o suspendeu um dia depois de ele ter sido denunciado numa reportagem publicada pelo jornal "Público" em 29 de setembro de 2022.