O líder do Chega adiantou esta tarde de terça-feira que será o primeiro a pedir o levantamento da imunidade parlamentar de Miguel Arruda, alvo de buscas policiais por suspeita de furtos. Se as explicações que o deputado terá de dar não forem "satisfatórias", não terá condições de exercer o mandato, sentenciou.
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André Ventura, que se encontra nos Estados Unidos da América para a tomada de posse de Donald Trump, disse que viu com "enorme estupefação" as notícias sobre as suspeitas de furto de malas que recaem sobre o deputado do Chega. O líder partidário adiantou que já marcou para amanhã, quarta-feira, uma reunião de emergência com a direção do partido e o deputado para "saber efetivamente o que está em causa".
"Já tive oportunidade de informar o deputado que é preciso dar explicações. Não nos refugiamos nem nos escondemos. É preciso dar a cara em público sobre o que se passa, os motivos, qual a explicação", afirmou André Ventura à RTP, garantindo que, "se essa explicação não for satisfatória, então esse mandato não tem condições de ser exercido".
André Ventura adiantou ainda que pedirá o levantamento da imunidade parlamentar para que as autoridades judiciais possam mostrar o que têm e desenvolver a sua investigação sem qualquer limitação. "Todos têm de cumprir a lei, sejam deputados ou não. E ninguém está acima da lei e nenhum deputado do Chega está também", frisou.
Advogado garante inocência de Miguel Arruda
À porta da residência alvo de busca por parte da PSP, o advogado de Miguel Arruda garantiu aos jornalistas que o seu cliente "está completamente inocente" e considerou que "se tratou, talvez, de uma operação precipitada por parte da PSP". José Manuel Castro confirmou que Manuel Arruda foi constituído arguido e que o Ministério Público irá pedir o levantamento da sua imunidade parlamentar.
"Talvez haja aqui alguma conotação política, não sei. Algum aproveitamento político, não da parte do polícia que não se move por estes sentidos, mas pelo facto de ser quem é. Mas não tenho dúvidas nenhumas de que tudo será esclarecido na sede própria", afirmou José Manuel Castro.
O causídico adiantou ainda que a apreensão de três malas do apartamento do seu constituinte não o espantou porque "uma auto de busca é para apreender coisas". "Agora, o processo em si, as malas podem não trazer muita coisa, pouca coisa ou nada", terminou.